sábado, 8 de outubro de 2011

Doralice, Charles Dickens e as grandes esperanças


Ilustração reproduzida do blog Charles Dickens

Temos em casa, caro leitor, uma edição bem popular de Uma história de natal, livrinho muito querido, de autoria de Charles Dickens, um dos meus escritores preferidos.

Ah.. eu gosto muito de ler a apresentação da obra, traduzida para o português pela Ana Maria Machado
Sabe por quê? Eu tenho enorme identificação com o escritor; ao reler o que a Ana escreveu fortaleço em mim as esperanças, apesar do que vejo e sinto diariamente. Nem sei se a Editora Ática me permitirá, mas transcrevo abaixo a parte que mais aprecio da apresentação. Quem sabe você passará a gostar de um dos meus narradores preferidos? As ilustrações de Vinício Jota são do total agrado juvenil, pode acreditar. Quer acompanhar o que anunciei acima? Venha comigo:

"O ofício de escritor
Para Dickens, uma das funções do escritor era despertar os leitores para a consciência da injustiça social e política e contribuir para o aprimoramento moral da sociedade. Nessa tarefa, os romances deviam ser otimistas, acabar bem, acenar com um mundo risonho onde aqueles males não existissem mais, provar que era possível ter esperança porque as coisas iam melhorar. Não por acaso, uma das suas obras-primas se chama Grandes esperanças (Great Expectations).

Nem sempre era fácil combinar denúncia social e otimismo, os dois ingredientes dessa receita literária. E Dickens só conseguiu porque era uma coisa  em que verdadeiramente acreditava. Queria retratar a realidade concreta que os leitores viam em volta de si, a cidade onde eles moravam, a sociedade em que viviam - e fez tudo isso de maneira admirável. Mas, ao mesmo tempo, foi fiel a sua crenças pessoais sobre o mundo, a suas verdades idealizadas sobre a experiência humana e aos pensamentos e emoções que brotavam de sua imaginação de autor.

Quando lemos os livros de Dickens, eles às vezes parecem um pouco ingênuos e simplistas. E até mesmo um pouco previsíveis, quando a gente já sabe como vão acabar; adivinha o que vai acontecer depois - o que é uma das piores coisas para um escritor. Apesar disso, Dickes é inegavelmente um autor que sabe como tocar o leitor, transmitindo emoções e passando a sua visão do mundo. Nisso está a força que o mantém vivo quase dois séculos depois do seu nascimento.

Dickens acreditava que outra função importante da literatura era distrair o leitor, diverti-lo, garantir o entretenimento. Entre outras palavras: além de ser sincero, de expressar o que sentia e pensava, ele tambem sabia se comunicar muito bem.(...)

(Apresentação - Charles Dickens Entre a denúncia e o otimismo, Ana Maria Machado, Uma História de natal, Ática)

Reprodução do Google

Vamos conversar mais? - Conhece alguma das obras de Dickens? Faço abaixo uma lista  não limitada e recomendo que leia, meu caro, ao menos a que destaquei acima. Temos aqui em casa, também, a edição da mesma narrativa, mas com a tradução do Wallace Leal Rodrigues, feita para Casa Editora O Clarim, uma versão igualmente encantadora, pois junta ilustrações originais de Jonh Leech, além de fotos especiais dos desenhos vitorianos de Cármine Antônio Tucci. Interessado na lista?

 Oliver Twist
 A loja de antiguidades
 O grilo da lareira
 David Copperfield
 A casa sombria
 Tempos difíceis
 Grandes esperanças

Ah... quando eu não mais estiver aqui deixarei certamente as minhas esperanças com a minha filha, pois consegui apresentar o texto de Dickens para ela, lá pelos cinco, seis aninhos de idade. Que tal fazer o mesmo com as crianças e jovens na sua família, leitor?

Até a próxima!

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