sábado, 1 de janeiro de 2011

Promessa presidencial voltada à educação pública

Reproduzi trechos de informações voltadas à educação pública e as entreguei aos meus alunos; há enorme descrença nas afirmações políticas, infelizmente. - Encontros Marcados com a Redação, 2010





 (...) Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.

Somente com avanço na qualidadede ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.
                                      (Dilma Russef, presidente do Brasil)

Ouvi no discurso da posse presidencialEstadão, 1º de janeiro de 2011) o recado  acima em destaque; você também deve ter ouvido, prezado leitor, mas quero ver na prática se a advertência discursiva se consolidará durante a gestão da nova presidente. Tenho minhas dúvidas, porque mexer no sistema educacional público exige determinação objetiva. Acompanhemos as primeiras atitudes presidenciais e vejamos se elas caminharão consoante ao dito, sob a emoção da posse.

Até a próxima!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

As boas notícias, segundo o leitor do Na Mira

Queda no desmatamento na Amazônia! - A postagem anterior alcançou a atenção de uma leitora, além de 52 visualizações agora, enquanto escrevo. A Marcella Gonçalves, vestibulanda participante bem ativa, lá de Bauru(SP), indicou uma boa notícia ocorrida em 2010. Ela comemorou a queda dos índices de desmatamento na Amazônia. O link indicado está aqui; obrigada, Marcella.

O registro fotográfico é meramente ilustrativo, mas sabe-se lá quantas enormes Castanheiras-do-Pará foram poupadas em 2010? - Minhas viagens por Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi, 2010


Agora é com você -    O blog tem oficialmente 72 leitores; será que ninguém mais guarda uma boa notícia de alcance coletivo em 2010? Não acredito; aguardarei outras intervenções interativas do leitor.

Até a próxima!

Lista de bons acontecimentos em 2010



Eu consigo fazer uma pequena lista de bons acontecimentos surgidos em 2010; você também é capaz de lembrar de ao menos uma boa notícia? É hora de olhar para os dias passados e atentar ao que de fato influenciou na vida coletiva, porque na vida pessoal o grande agente somos nós, concorda comigo, querido leitor?

O cartunista JBosco inscreve a sua opinião, mas cada um de nós terá percebido o que de fato foi decisivo coletivamente no ano que está quase, quase encerrando.

Participe - Ajude-me a elaborar uma boa lista de acontecimentos  importantes ao Brasil em 2010? Deixe a sua contribuição, aí em baixo na caixinha de comentários. Eu a trarei aqui para cima com os devidos créditos. Eu começo e você continua; que tal?

1-  O alcance da Lei do Ficha Limpa - Ontem eu soube, via tuitada do Ficha Limpa, uma ótima notícia. Os estados de Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia e Santa Catarina já têm leis de Ficha Limpa estaduais; a Bahia e São Paulo já convivem com projetos semelhantes, mas a maioria das unidades federativas ainda não encarou a questão. Nem o meu querido Pará, assim como a boa terra paranaense. Quem sabe em 2011, hein?

Com o anúncio do secretariado (cargos de extrema confiança dos governantes) tanto aqui no Paraná, quanto no meu saudoso Pará eu fico cada vez mais atenta ao noticiário, porque ele mostra as contradições da prática política. Nepotismo, apadrinhamento e conchavo partidário formam um trio de lascar na vida coletiva. O cidadão atento e responsável não admitirá a permanência dessas incoerências no próximo ano. Você ficaria indiferente a esse trio, meu caro? Eu não.

Até a próxima!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo, leitor!

  
         Prece

Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,
De ser o coração singelo que perdoa,
A solícita mão que espalha, sem medidas,
Estrêlas pela noite escura de outras vidas
E tira dalma alheia o espinho que magoa.
(Helena Kolody,Paisagem Interior, 1941).


Demarcada pelo tempo a vida é um convite às vivências felizes em 2011- Curitiba, Praça Osório, dez. 2010


















Diante da passagem das últimas horas do ano de 2010 os versos da poetisa paranaense compõem a prece bendita que nos apoiará a travessia em direção ao ano de 2011. Feliz Ano Novo, querido leitor; compartilhe os meus votos com os seus afetos e a toda gente de boa-vontade.

Até a próxima!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Descrença política no tempo escolar público

Novamente os jornais de hoje aludem com unanimidade à necessidade de aumentar o tempo de permanência do estudante na escola, mas por que defender o aumento do tempo sem primeiro avaliar se as condições materiais e de acompanhamento permitem? Quer provas dessa análise superficial? Pegue um jornal de hoje.

Cadê os personagens reais? - Quando uma reportagem mostra depoimentos de quem olha a vida escolar sem sair do interior de um gabinete ou da sala de redação de um jornal eu desconfio. É preciso ouvir o professor, a bibliotecária, o auxiliar de disciplina, a encarregada do preparo da merenda, o porteiro, a zeladora e a direção. Omita-se o nome do funcionário, porque ele geralmente tem medo de retaliação branda ou intensa dos seus superiores, caso declare e informe as contradições do discurso político na prática administrativa escolar. O leitor está cansado dessa análise de versão única.


O que pensa a comunidade escolar do Colégio Estadual Natália Reginato sobre o aumento da carga horária ? Eu gostaria de saber - Curitiba(PR), 2010


A rotina escolar - Uma criança ou jovem passa na escola pública cerca de quatro horas( algum colega professor reúne um dado diferente pelo Brasil afora?) e mesmo assim os resultados são insatisfatórios. Aumentar o tempo de permanência não resolverá as questões cruciais no desempenho escolar se antes os problemas estruturais não forem solucionados. Exemplos? Falta de professores, turmas numerosas, bibliotecas capengas ou inexistentes, barriga da criança roncando de fome, indisposição e falta de hábito aos estudos, ausência da participação dos pais nas tarefas de responsabilidade familiar, más condições estruturais do espaço escolar, entre outros ligados à manutenção de um salário indigno ao professor e burocracia administrativa junto às secretarias municipais e estaduais de educação.

Será que a biblioteca da EE.Adalberto Nascimento já está em pleno funcionamento?O que a comunidade escolar pensa sobre os planos de ampliação do horário escolar dos estudantes? Há estrutura física e apoio profissional compatíveis? Campinas(SP), 2010

Soluções importadas? - Se os exemplos internacionais são bons será preciso avaliar as condições específicas daqueles países; copiar um modelo coreano, chinês ou chileno sem ajustá-lo às contingências locais é importar soluções sem prever resultados nacionais. Quem disse que uma decisão educativa funciona com ajuste a todas as situações escolares? As disparidades regionais e as contingências entre escolas brasileiras do norte ao sul ou do sudeste e do nordeste não bastam?

Será que o novo secretário estadual de educação do Pará conhece as condições da Biblioteca da EE Barão do Rio Branco?Tenho dúvidas. - Belém(PA), 2010

Alôô? - Dê-se a voz aos que trabalham na escola; eles dirão o que é mais urgente a fazer: consertar goteiras, carteiras, prover a dispensa da merenda escolar, nutrir o acervo da biblioteca, entre outras providências que os governos municipais e e estaduais fazem vista grossa para não avistar. Talvez... se os filhos da diretora ou do vereador, deputado, senador, prefeito e governador estudassem em escolas públicas a situação fosse outra, mas os políticos não acreditam na qualidade do ensino oferecido e temem pela segurança dos seus afetos, caso estejam nas escolas públicas. A prova dos nove está aí.

O leitor talvez esteja em meio aos preparativos das festas do final de ano, mas educação é um assunto sério e permanente. Não é possível fazer recesso de algo que interfere diretamente na vida de milhares de crianças e jovens que dependem do ensino público elementar. Logo mais secretários estaduais de educação e novos governadores assumirão as suas funções. Os problemas estão aí em permanência constante no território nacional (vide as minhas modestas fotos em registro), independente do tim-tim do final de 2010.

Até a próxima!

Tempo de conversa ilimitada

A manhã está ensolarada em Curitiba. Um prenúncio de um lindo dia, igual ao de ontem, quando aproveitei grande parte da manhã para caminhar um pouco pelos arredores, mas não deixei a oportunidade de abrir as janelas e arejar a casa. 


A foto ilustra um dos passeios inesquecíveis que fiz pelo Jardim Botânico em dia ensolarado - Curitiba, 2010

Alôôô?- Como está o tempo aí na  sua cidade? Estamos a dois dias e meio do final de 2010. 

A diversidade climática nas regiões  brasileiras e a reviravolta das estações são assuntos do dia. Será  que ao menos 1 dos 72 leitores que decidiram seguir o Na Mira estará disposto a interagir comigo? Apareça; há leitor em todas as regiões brasileiras e até muito além do Atlântico ou do Pacífico. Saia do silêncio e venha conversar um pouco comigo. 

Até a próxima!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Escolas públicas revelam contradições administrativas

Uma vez ou outra os editoriais dos jornais tomam para si o tema da educação. Geralmente são pungentes e abordam o assunto com inflamada análise, mas a intensidade morre ali. No dia seguinte e nos demais eu fico a procurar os efeitos daquela análise nas ações municipais, estaduais e federais e nada. Educação, especialmente a pública, é um assunto sério e merece ganhar pauta permanente, não é mesmo?

Alguém conhece o interior da Escola Municipal Itacelina Bittencourt? Fiz a foto durante um passeio pelos bairros curitibanos - Curitiba, 6 dez. 2010


Mais tempo na escola - Você já leu o editorial Tempo na escola (FSP, 27 dez.)? Eu li na tela do computador e fiquei aqui pensando nas metas educativas dos governos municipais e estaduais. A ideia é ampliar o tempo do estudante na escola. Ótima providência, mas insuficiente se a escola não estiver preparada para receber as crianças e jovens no contraturno. Há um rol de situações que o público desconhece: a logística humana e material para atender à demanda de mais tempo do escolar na escola. A questão é estrutural e exige atitude política articulada. Não será possível remar sozinho.

Quer ajudar a entender? - Será que há algum leitor do blog com filho ou parente matriculado em uma escola pública do ensino fundamental? Quais as percepções que você tem acerca das quatro horas que o estudante passa na escola? Ela dispõe de biblioteca? A opção de merenda escolar pública funciona? Quem coordena as atividadades fora da sala de aula?

Apresento-lhe a cantina da EE Barão do Rio Branco; fiz a foto quando estive na capital paraense e fui visitar uma das minhas escolas da infância. Clique duas vezes na foto para observar os detalhes preocupantes desse paiol chamado de cantina - Belém, 6 out. 2010 

Indícios estruturais - Eu quero sempre saber mais, porém o que leio nos jornais não comporta o rol de perguntas que conservo. É preciso ir mais fundo, fotografar os espaços escolares, conversar com os pais e funcionários, ouvir o que pensam os vizinhos das escolas. No papel e na fala da direção o plano escolar parece bonito, humano e justo, mas na prática as contradições acontecem. O público não sabe, não é informado. Olhar uma escola pública exige não apenas o olhar comum, mas de quem reúne experiências escolares nesse tipo de escola. Os jornais nem sempre têm informantes experientes no olhar crítico.

Até a próxima!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Ruídos? Quais?

Aqui na minha rua apenas a rara conversa dos passantes e o passar veloz do Ligeirinho, ônibus expresso de cor cinza que voa pelas ruas de Curitiba, cortam o silêncio dos últimos dias de dezembro. Não sei se a rua da sua casa está assim. A minha está silenciosa e mais parece uma ala de um sítio ou uma  chácara comovente na qual os pios dos pássaros e os ruflares alegres de asas ligeiras, aqui e ali enchem os ouvidos. Um sossego espetacular. Eu gosto - e, você, aprecia a calmaria ou está sempre em busca de um ruído para quebrar o silêncio?

A calmaria aqui é intensa; dá até para saltitar no meio da rua, enquanto o Ligeirinho não aparece ali embaixo - Curitiba,Mercês, dezembro em sossego.


Uma história, outra história e mais outra... - Fiquei até a lembrar do que dizia o querido poeta gaúcho, o Mario Quintana, este velhinho simpático que sempre está na minha mesa de trabalho e ao alcance das mãos, quando o sono ainda não chegou. Veja o que ele declara, no poema O princípio do fim:

Há ruídos que não se ouvem mais:
- o grito desgarrado de uma locomotiva na madrugada
- os apitos dos guardas noturnos quadriculando como um mapa a cidade adormecida
- os barbeiros que faziam cantar no ar as suas tesouras
- a matraca do vendedor de cartuchos
- a gaitinha do afiador de facas
- todos esses ruídos que apenas rompiam o silêncio...
E hoje o que mais se precisa é de silêncios que interrompam o ruído

Mas que se há de fazer?
muitos - a grande maioria - que já nasceram no barullho. E nem sabem, nem notam, por que suas mentes são tão atordoadas, seus pensamentos tão confusos. Tanto que, na sua bebedeira auricular, só conseguem entender as frases repetitivas da música Pop. E, se essa nossa "civilização" não arrebentar, acabamos um dia perdendo a fala - para que falar? para que pensar? - ficaremos apenas no batuque:
"Tan!tan!tan!tan!tan"

(Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo, L&PM)

Os ruídos da sua rua, leitor - Não precisa citar nomes e nem a cidade, caso prefira a indefinição, mas será que poderia descrever os ruídos da sua rua?  Quero transformar as descrições dos leitores em destaques de postagens futuras. Quer ajudar a escrevê-las? Talvez as observações do querido poeta não encontrem ressonância. Há sempre uma surpresas no depoimento de um leitor, uma vez que ele está em lugar diferente do meu, do seu, do nosso, não é mesmo? A palavra é sua.

Até a próxima!
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