No ano passado, diante da distância geográfica, pedi ao ilustrador
Sérgio Bastos que fotografasse para mim os dois locais bem queridos da minha infância estudantil, em Belém: o
Grupo Escolar Barão do Rio Branco e o
Grupo Escolar Vilhena Alves, ainda em funcionamento, mas com o nome de
escola estadual de ensino fundamental, expressão ora vigente em território nacional.
Com grata surpresa, em pouco mais do que uma semana, recebi a alegre notícia, via correio eletrônico:
“Doralice
Anexo duas fotos do Barão do Rio Branco e duas do Vilhena Alves. Apesar das condições para fotografar não serem as melhores (colégios fechados, falta de espaço, árvores, desconfiança dos funcionários e greve dos professores) acho que consegui fazer fotos que pelo menos te dêem uma idéia de como as escolas estão hoje.
Acho que o Barão do Rio Branco dá um bom desenho, mas ainda vou avaliar. Quem sabe uma série sobre colégios de Belém?
Abraços.
Sergio Bastos”
Ícones da memória escolar - As imagens falam por si. A dupla de fotos, caro leitor, exibe amostras do conjunto arquitetônico do
Grupo Escolar Barão do Rio Branco, localizado à
Av. Generalissimo Deodoro, no coração do bairro de
Nazaré. Tenho certeza de que o meu amigo, o professor
Jarbas Novelino, do
Boteco Escola, pesquisador apaixonado pelo tema, apreciará bastante os registros aqui, ora disponíveis, graças à gentileza do
Sérgio Bastos.
Ao olhar as linhas arrojadas do antigo prédio do
Barão sinto saudades da infância. Estudei lá os dois primeiros anos do curso primário. Diariamente eu e uma das minhas irmãs empreendíamos um trajeto de minha casa, localizada no
Umarizal, até à escola.
Levávamos cerca de 15 minutos nessa caminhada até ao Grupo.
Seguíamos de uniforme escolar composto de saia de pregas de cor azul marinho, blusa de algodão branco com bolso do lado esquerdo identificando o nome da escola. Nos pés os sapatos de cor preta e meias brancas; nas mãos tínhamos a pasta com elásticos que protegia os nossos cadernos, a tabuada, lápis, apontador e a borracha, materiais que eram suficientes para acompanhar as explicações das professoras. Imagens gravadas na boa companhia da memória, infelizmente sem nenhuma fotografia.
Boas lembranças - Além da figura da professora
Aurélia Camargo, que acompanhou a minha turma nos dois primeiros os anos, as recordações dessa época são da hora do recreio, quando recebíamos porções de leite morno, na cantina que ficava do lado direito do edifício querido. Eu costumava levar um pedaço de pão com manteiga e quase sempre uma banana para complementar a merenda - uma vez que em casa as tínhamos em fartura, compradas pelo meu pai, na hora da
viração(quando se arremata os produtos pelo menor preço) que ainda acontece no
Ver-o-Peso, ponto de referência na compra de produtos alimentícios in natura.
Mais fotos posteriormente -Em ocasião oportuna exibirei aqui as fotos do
Vilhena Alves, mas recentemente pedi em comentário no blog da
Franssinete Florenzano, amiga blogueira, que cutucasse as autoridades responsáveis pela manutenção e conservação não apenas dos espaços escolares, mas também dos cuidados necessários à oferta de educação pública eficiente à criança e ao jovem do meu estado de origem. A conferir.
Qual a lembrança mais nítida do prédio que abrigava a escola dos seus primeiros anos, caro leitor?
O meu desejo - Gostaria de poder reunir depoimentos e imagens. Interessado? Encaminhe fotografias e dados de localização para o meu endereço eletrônico profissional, abaixo indicado. Quem guarda esses registros e os compartilha ajuda a preservar a memória da arquitetura escolar pública nacional. Tomara que ao menos
1 dos meus
22 seguidores aprove a ideia e interaja com o tema de hoje. Segue o endereço para o envio das informações:
casadalinguagem@uol.com.br
Até a próxima!