Será que você conhece aquela brincadeira de criança chamada de Boca de Forno? Quer que eu refresque a sua memória, leitor? Passe ao segundo parágrafo, meu caro.
A brincadeira é assim: é preciso encontrar alguém para ser um
Senhor, um todo poderoso. Ele mandará que um dos participante encontre algo. Quem não achar o objeto indicado pagará uma prenda, ou seja, deverá dançar, cantar ou imitar um animal ou outra punição atribuida pela autoridade. A alegre brincadeira exige uma sequência de perguntas e respostas convencionais, bem assim:
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Boca de forno, diz o Senhor.
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Forno!! -Respondem os participantes.
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Faz o que eu mandar? - É o que pergunta o Senhor.
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Faço - Responde cada um dos participantes.
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Se não fizer?- Pergunta o Senhor.
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Tem bolo!- Lembram os brincantes.
Entre a brincadeira infantil e a realidade há uma forte semelhança no quesito escolha, autoridade e submissão, mas há também uma diferença acentuada na questão da liberdade de participar ou não da brincadeira. Há quem goste de comandar e ser comandado, porém nem todos gostam da sujeição irrefletida ou da incapacidade do
Senhor surpreender com buscas interessantes e que deixem os participantes entusiasmados, daí a necessidade de alternar o poder da autoridade na
Boca do Forno.
Na vida real, a alternância do poder político é uma necessidade. É o momento para oxigenação e demonstração de habilidades no comando, na escolha e outorga de poder. Reeleger um vereador, um deputado, um senador, um prefeito, governador ou presidente, por exemplo, parece ser uma grande tolice ou oportunidade para errar duplamente. Discorda de mim, leitor? Argumente; sou aprendiz e não sou radical, apenas não suporto injustiça.
Participantes da brincadeira
Boca de Forno geralmente exigem a troca. Eleitores? Nem tanto. Ficam acomodados e aumentam a turma do
deixa pra lá. Os inúmeros
senhores espalhados pelo Brasil afora vibram com a indiferença poderosa.
Até a próxima!