sábado, 25 de dezembro de 2010

25 de dezembro? Estação criança ou...?

Não tenho mais crianças em volta de mim, mas gosto da experiência. É cíclica e há uma zona de conforto, ora muito agradável. A minha filha está com 15 anos, portanto, aqui a manhã do dia 25 de dezembro é quieta, bem sossegada, mas já foi diferente não apenas na sororidade e nos seus propósitos. Já tive os meus dias de pula-pula e hi-la-ri-ê.

A imagem é meramente ilustrativa; o mérito  é da Vila do Artesão


Pequenos e grandes brinquedos como jogos, bonecas, panelinhas e livros entre outros itens eram carregados em uma grande sacola para todos os cantos da casa. Era a novidade do Dia de Natal. Hoje, absolutamente quase nada sai do lugar. Educar é oferecer exemplos e estamos conversados, concorda comigo?

Brincar: verbo da infância - Se o leitor têm filhos pequenos, netos ou irmãos divirta-se com eles. É tempo. Enturme-se; tome um gole desse exilir infantil, porque a temporada passa rapidamente entre as gerações.

Ontem, hoje e amanhã - Na minha época de filha, ainda em casa, a companhia dos irmãos maiores e menores sempre fez a grande diferença. A infância teve longas estações na minha família; depois foi a vez da adolescência e da idade adulta, mas sem que nos apercebessemos o ciclo novamente foi acontecendo com a chegada dos sobrinhos. Agora é a vez da segunda geração, mas aqui na minha casa em Curitiba, sem nenhum parente, a adolescência reina bem soberana; eu, sinceramente, espero que por muito tempo.

Como está o seu dia 25 de dezembro, leitor? O meu é a expressão do sossego. Gostaria de poder olhar através da persiana e avistar uma praia ou a visão querida da minha saudosa Belém, mas o balançar dos galhos da amoreira e esse bater das asinhas dos bem-te-vis em voo baixo e ligeiro pelo arvoredo oferecem grande recompensa visual.

Até a próxima!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Quando o sino da igreja tocar...

Imagem retirada do http://salvesalveessanega.blogspot.com/
















"Andorinha no fio
escutou um segredo.
Foi à torre da igreja,
cochichou com o sino.

E o sino bem alto:
delém-dem
delém-dem
delém-dem
de-dem!

Toda a cidade
ficou sabendo."

(Henriqueta Lisboa, Segredo, Antologia de poemas para a Juventude, Ediouro, 2005)

Até a próxima!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A cena natalina mais famosa do mundo

A cena mais famosa do Natal não é certamente a do pinheiro colorido rodeado de presentes e nem a do Papai Noel e o seu trenó, mas sim a da veneranda cena do Menino Jesus e sua família, sob o presépio.

Registro da cena mais representativa do Natal em presépio paulistano- Foto de Onizes Araújo, dez. 2008




No ano de 2008 meu irmão passou por São Paulo em passeio familiar e compartilhou comigo o registro em destaque; a cena é atemporal, concorda comigo, leitor?

Aqui em casa mantenho um pequeno presépio; não há nada de religioso na manutenção desse quadro cristão, mas sim o encantamento expandido pela tradição natalina, símbolo de esperança, de solidariedade e de paz e boa-vontade entre os seres, independente do credo religioso professado.

Até a próxima!

Alterações de endereço,número de telefone e ...

Ainda mantenho uma agenda manuscrita de endereços e de telefones de amigos e conhecidos, mas em razão da migração telefônica constante atualizar esses dados é remexer com as lembranças. Aproveito a temporada de prisioneira da cama, diante desse resfriadão, para colocar dados em ordem. São conhecidos de longa data ou relações tomadas sob o pêndulo das circunstâncias, mas todas nos fazem recordar de rostos e situações tão diversas. Vizinhos, colegas da universidade, parentes, gente solteira que constituiu família e mudou de cidade, colegas mais próximos da minha filha, entre outras esferas de relacionamentos duradouros ou ligeiros.

Parar para avaliar e reavaliar as próprias ações não é prática comum;  deixamos sempre para depois e depois. - Imagem de arquivo do meu cel.

Tive que eliminar os nomes dos que faleceram, trocar o endereço dos que mudaram de cidade e muito mais os números dos telefones, prática comum nesses dias de grande insatisfação com as operadoras de telefonia. De todas as alterações feitas confesso, a que mais senti foi abolir os nomes  de Vicente e Maria, um casal de idosos, muito queridos que conheci na minha temporada estudantil em Campinas. Ele,  dedicado jardineiro; ela, uma rainha do lar e da prática do Bem. Gente da mais alta estirpe nas relações humanas. 

Fiquei aqui imaginando... quando eu também provocar alterações nas agendas dos parentes, amigos e conhecidos, em razão não apenas da mudança de endereço ou telefone, mas também diante da inadiável morte. Que sentimentos eclodirão nos que retirarem o meu nome  da lista? A maioria de nós não pensa nisso, não é mesmo?

Quando se está enferma há tantos pensamentos na cabeça; eles ao menos serão úteis diante da dinâmica da vida, porque entre o nascer e o morrer os dias são nossos, mas nem sempre nos apercebemos da necessidade de bem vivê-los, o que envolve os sentimentos que despertamos nas pessoas com as nossas atitudes.

Até a próxima!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Árvores natalinas e suas histórias

Sempre busquei explicações para tudo nesta vida. Quer um exemplo? Quando eu morava em Belém nunca entendia completamente as razões para a manutenção das tradições natalinas com ares europeus naquele calor amazônico; imaginava que as nossas mangueiras e os nossos pés de açaí enfeitados com bolas coloridas e sem neve alguma cairiam bem melhor, mas nossos ancestrais bem portugueses não permitiriam, portanto...


O belo registro natalino do ilustrador Sérgio Bastos com a árvore de garrafas pet  não se compara aos estranhos pinheiros cobertos de neve encontrados nos shoppings e nas casas da minha memória amazônica. 






Uma vez eu tive uma ideia: faria a minha própria árvore natalina. Com o dinheirinho disponível fui até à merceria da esquina e comprei balas e pirulitos; depois, o quintal da casa que morávamos ali na Boaventura da Silva, no  bairro do Umarizal, tinha o que eu precisava: um galho de goiabeira. Com esses dois auxiliares dei início ao meu plano. Teria finalmente uma árvore de natal bem representativa do que eu sentia, afinal era uma criança. Alguém já viu uma criança não gostar de doces?

A parte dois do meu plano envolveu uma lata cheia de terra. Foi dentro dela que finquei o galho de goiabeira e fui amarrando com fio barbante as balas e os pirulitos em distribuição harmônica dos doces que eu dispunha. Com um pouco de paciência consegui até comprar Sonhos de Valsa  e valorizar um pouco mais a pequena árvore de natal, mas eu não contava com a noite e nem com a fome do meu irmão mais velho.

Tan-tan-tam...- Na manhã seguinte eu quase tenho um treco, um ataque cardíaco ou um piripaque, porque encontrei a minha árvore sem nenhum dos doces mais valiosos. Chorei desconsolada, mas o culpado daquele crime não apareceu. Ele tinha ido ao trabalho e só retornaria à noite, depois das aulas quando chegava cansado e com muita fome.

Um rio de lágrimas - Fiquei amuada o dia inteirinho. Olhava para a minha árvore e as lágrimas caiam. Um sofrimento infantil, hoje alvo da memória hilária natalina.

Paz na Terra aos... - À noite, quando vi meu irmão mais velho entrar em casa o meu coração acelerou. Entraria em guerra com o inimigo da minha alegria, mas antes que eu ligasse o meu chorador ele me entregou um saco cheio de doces, inclusive com muitos Sonhos de Valsa, entre outros doces muito apreciados, como Diamante Negro e os meus preciosos Caramelos Dulcora. Foi selada a paz, mas  ela durou pouco. Sabe o que aconteceu? Meu irmão, na época um verdadeiro formigão, não aguentava ver as guloseimas ali dando sopa. Foi um tal de come e repõe durante dias até que entrei em chateação e decidi acabar com a árvore dos docinhos, mas não com as lembranças que ela conservou.

Minha @miga Barbara Horn construiu uma bela história da Árvore de Lata  ou Lata dos Amigos; se eu fosse você eu não deixaria de ler. Clique no Menina Prendada e comova-se fartamente.

Até a próxima!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mudanças de planos em dezembro

Entre uma crise de tosse e um momento mais ameno eu ligo o computador. Não dá, entretanto, para ficar muito tempo com ele ligado, porque não tenho mesa especial para note em cama, mas vou me virando como é possível. Você já ficou adoentado e prisioneiro da cama, leitor?

Um grande bagaço - Não é fácil; as costas doem e a sensação é de um grande bagaço. 

O tradicional vai-e-vem das pessoas na Boca Maldita; acostumada fico, mas sem esquecer do aconchego nortista - Curitiba, 6 dez. 2010

Adeus viagem... -Eu e minha filha estávamos com a viagem toda bem planejada; passaríamos os últimos dias de dezembro em Campinas, mas a minha saúde embolou tudo. Fazer o quê? Continuar tomando as colheradas de mel com propólis e guaco e não dar trégua ao repouso, porque o trabalho, ao contrário das férias da maioria, estará me aguardando em janeiro.

Prato com comida - Tenho aqui hoje uma preocupação de ordem doméstica: o que colocaremos no prato na noite natalina? Minha filha sonhou em comer peru fatiado e eu prometi ir à cozinha prepará-lo, mas não vai dar. Pedirei um galetão ou uma pizza e só para não deixar em falta a boa tradição tentarei preparar as rabanadas, guloseima apreciadíssima por nós em qualquer época do ano.

Concepções diferentes - O leitor talvez não saiba, mas desde o Natal de 1992 eu sofro uma tristeza dezembrina. Explico: os vizinhos somem, a cidade fica mais deserta e eu com mais saudade dos encontros natalinos da minha época de criança e adolescente em Belém. Aqui, sinto muita falta do aconchego e da camaradagem entre a vizinhança. Justifica-se, portanto, a minha fuga anual para Campinas ou Belém. Em terra paulista eu teria não apenas uma das minhas irmãs, mas sobrinhos para sentar e abraçar na noite  de 24 para 25, quando se está longe da família maior, aquela que nos fez gente. Minha filha não sente a falta de nada; ficou bem acostumada ao silêncio emocional da vizinhança curitibana. Uma pizza ou galetão, rabanadas e 2 ou 3 dvds a deixarão bem feliz. É o que providenciarei.

Até a próxima!

Conte uma história de fé e de esperança, leitor!

Narrativas natalinas? A colega professora Miriam Fajardo,  da cidade paranaense de Jandaia do Sul reuniu algumas, em dezembro de 2009. Elas estão aqui, no excelente blog  Tribo da Leitura.

Clicou? Hum... - Que tal lê-las em voz alta? Chame as crianças, imediatamente. Ler narrativas com emoção e timbre adequado é uma saudável atitude em família; você dará um ótimo exemplo de leitor aos que não conservam a prática da leitura oral.

Outras contribuições - Será que o leitor escreveu, leu ou viveu uma situação de esperança, de solidariedade e benevolência, componentes das experiências presentes no sentimento natalino, por favor, aproveite para contá-la aqui.

Até a próxima!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Tosse, febre, garganta ardendo...

Na sexta-feira, ao voltar do Mercado Municipal para casa, eu já sentia enorme indisposição. A umidade que chega com a temporada chuvosa nunca foi a minha boa companhia. Estou literalmente de cama. Um  forte resfriado, tosse renitente, febre intermitente, dor de cabeça e a garganta ardendo transformaram os dois últimos dias em verdadeira agonia.



O chá de limão bem quente, a aspirina, muito líquido, alimentação leve e o repouso entraram em cena, mas nada parece aliviar a indisposição generalizada que sinto. Estou literalmente acamada, porque sou bem chegada ao quadro das doenças respiratórias. Para aliviar o desprazer busquei no colorido da linda cena de chuva, feita pelo ilustrador Sérgio Bastos , o contraste com o meu estado de ânimo. Não aguento sequer fixar os olhos na tela do computador, porque os olhos ardem.

Voltarei, quando estiver mais disposta e livre desse quadro de forte resfriado que você certamente conhece muito bem.

Até a próxima!
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