segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Escolas públicas revelam contradições administrativas

Uma vez ou outra os editoriais dos jornais tomam para si o tema da educação. Geralmente são pungentes e abordam o assunto com inflamada análise, mas a intensidade morre ali. No dia seguinte e nos demais eu fico a procurar os efeitos daquela análise nas ações municipais, estaduais e federais e nada. Educação, especialmente a pública, é um assunto sério e merece ganhar pauta permanente, não é mesmo?

Alguém conhece o interior da Escola Municipal Itacelina Bittencourt? Fiz a foto durante um passeio pelos bairros curitibanos - Curitiba, 6 dez. 2010


Mais tempo na escola - Você já leu o editorial Tempo na escola (FSP, 27 dez.)? Eu li na tela do computador e fiquei aqui pensando nas metas educativas dos governos municipais e estaduais. A ideia é ampliar o tempo do estudante na escola. Ótima providência, mas insuficiente se a escola não estiver preparada para receber as crianças e jovens no contraturno. Há um rol de situações que o público desconhece: a logística humana e material para atender à demanda de mais tempo do escolar na escola. A questão é estrutural e exige atitude política articulada. Não será possível remar sozinho.

Quer ajudar a entender? - Será que há algum leitor do blog com filho ou parente matriculado em uma escola pública do ensino fundamental? Quais as percepções que você tem acerca das quatro horas que o estudante passa na escola? Ela dispõe de biblioteca? A opção de merenda escolar pública funciona? Quem coordena as atividadades fora da sala de aula?

Apresento-lhe a cantina da EE Barão do Rio Branco; fiz a foto quando estive na capital paraense e fui visitar uma das minhas escolas da infância. Clique duas vezes na foto para observar os detalhes preocupantes desse paiol chamado de cantina - Belém, 6 out. 2010 

Indícios estruturais - Eu quero sempre saber mais, porém o que leio nos jornais não comporta o rol de perguntas que conservo. É preciso ir mais fundo, fotografar os espaços escolares, conversar com os pais e funcionários, ouvir o que pensam os vizinhos das escolas. No papel e na fala da direção o plano escolar parece bonito, humano e justo, mas na prática as contradições acontecem. O público não sabe, não é informado. Olhar uma escola pública exige não apenas o olhar comum, mas de quem reúne experiências escolares nesse tipo de escola. Os jornais nem sempre têm informantes experientes no olhar crítico.

Até a próxima!

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