Imagem obtida no Blog Seanor |
Ontem, por exemplo, abri uma pasta de recortes de crônicas publicadas nos jornais. Sabe o que encontrei entre eles? Um belo texto do Veríssimo, cujo título é Parker 51, publicado na Gazeta do Povo, em 2006. O escritor relembra que emprestava anualmente do pai uma caneta Parker 51. O motivo? Fazer a prova do final de ano. Era certamente um empréstimo solene. Naquela época estudantil, segundo o cronista, não existiam as esferográficas e as canetas recebiam o nome de canetas-tinteiro.
Escrever com uma Parker era, sem dúvida alguma, um privilégio, uma vez que as canetas comuns respingavam tinta no papel, mas com a Parker o desastre não acontecia.
No meu baú - Eu tive uma Parker. No dia da minha formatura como normalista um dos meus cunhados me presenteou com a famosa caneta. Guardei durante muitos anos aquela relíquia; era para assinar os documentos mais simbólicos da minha vida. Consegui apenas assinar o meu diploma de licenciada em Letras, lá na Universidade Federal do Pará. Anos depois, quando morava em Campinas, um ladrão entrou em casa e fez uma limpa nos meus guardados. Não deve ter reconhecido o valor da minha saudosa caneta, mas a levou junto com panelas, bicicleta, televisor, roupas, rede, talão de cheque e uma porção de objetos queridos. Roubou, também o meu sossego. Nunca mais fui a mesma depois desse roubo.
O leitor deve estar matutando sobre o porquê da minha conversa sobre papéis antigos, caneta Parker 51 e roubo, não é mesmo? Pois agora eu nem sei explicar os motivos; apenas senti vontade de reuni-los aqui. Talvez... para evocar lembranças e registrá-las na internet, esta caixa de guardados que não deixa nada desaparecer, nem as alegrias e nem as tristezas.
Até a próxima!
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