sexta-feira, 11 de março de 2011

A velhice (des)amparada

A minha mãe é portadora do Mal de Azheimer. Para mantê-la em equilíbrio os esforços são contínuos. Com a soma financeira reunida pelos filhos no final do mês uma das minhas irmãs tenta equilibrar a contabilidade com as despesas crescentes. São medicamentos muito caros, a devida remuneração da cuidadora e tudo o que é necessário para ver mamãe sob a integral proteção. A família de um portador dessa doença também fica adoecida; precisa de alternativas terapêuticas, caso contrário, a fragilidade emocional e financeira emergem como uma tempestade incontrolável. A doença mexe com a vida de todos, leitor.

Quantos idosos e portadores de Alzheimer conseguem receber o tratamento adequado?Você tem algum familiar ou amigo que vive sob a ação de medicamentos prescritos pelo neurologista? Como você acha que os pacientes são recebidos nos postinhos públicos de atendimento nos bairros? Será que a distribuição dos remédios acompanha as mais recentes composições farmacológicas? A diferença entre o atendimento público e o particular é brutal, mas os políticos, encastelados na assistência à saúde que lhes é garantida, não conhecem mais a luta cotidiana do cidadão comum.

A velhice merece o respeito e a atenção de todos, mas os cofres públicos deixam no desamparo os que necessitam do apoio da saúde pública. Nenhuma propaganda governamental é capaz de fazer frente à luta realista empreendida pelos que dependem exclusivamente da assistência social pública. A purpurina na propaganda é grande. A morte vem mais cedo aos idosos sem plano de saúde ou atenção familiar. São fatos incontestáveis.

Fonte: JBosco --Lápis de memória

Talvez eu seja meio louca, mas como um médico oftamologista pode administrar uma cidade ou como um secretário de saúde pode ser um profissional de outra área? A competência técnica não é tratada com o devido respeito, mas sim trancafiada no jogo político oportunista.

O cartunista JBosco, meu conterrâneo paraense, viveu (ou vive ainda, talvez) um drama familiar recente com o descaso ao doente que busca auxílio no Posto de Saúde do Guamá. Acompanhe as queixas editadas aqui; elas certamente têm eco em outros postos públicos localizados pelo país afora. É inadmissível desamparar a velhice e ignorar às necessidades do cidadão.

Estatuto do Idoso? Ministério da Saúde? Saúde pública? Velhos? Doentes? Pobres? Interessam a quem? 

Até a próxima!

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