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Como enriquecer o vocabulário
Há vários modos de enriquecer o vocabulário; o mais eficaz, entretanto, é aquele que se baseia na experiência, isto é, numa situação real como a conversa, a leitura ou a redação.
É através da língua falada de um modo geral, inclusive a que se ouve no rádio, na televisão e no cinema, que se forma grande parte do nosso léxico ativo. As crianças e os incultos que não se dediquem a atividades intelectuais - só execepcionalmente recorrem ao dicionário, e se o fazem é a posterior: quer dizer, não em busca de palavras novas, mas à procura do sentido de palavra ouvida ou lida.
Entretanto, a leitura atenta de obras recomendáveis, a leitura que se faz, literalmente, de lápis na mão para sublinhar as palavras desconhecidas e, depois de consultar o dicionário, anotar-lhes o significado, esse é sentido das palavras assim conhecidas, para transformá-las em vocabulário ativo, urge procurar empregá-las. Só assim elas se incorporam, de fato, aos nossos hábitos linguísticos.
Daí a importância da redação sob as suas mais variadas formas: a composição livre propriamente dita, a paráfrase, a interpretação escrita, os resumos, as ampliações, a mudança no torneio das frases, as traduções.
(...)
Quaisquer que sejam, porém, os exercícios para o aprimoramento do vocabulário, é óbvio que o dicionário constitui, por assim dizer, a última instância, a que ecorremos sempre que desejamos saber o sentido exato das palavras. Em si mesmo, entretanto, o simples manuseio dos léxicos, dissociados de situações reais, nem sempre nos traz grande proveito...A verdade é que as palavras procuradas nos dicionários só se incorporam de fato aos nossos hábitos linguísticos quando as ouvimos ou lemos. Listas de palavras, resultantes de leitura corrida nos dicionários, podem não ser de todo inúteis, mas o que delas nos fica não paga o tempo expendido; valem quase tanto quanto o passatempo das palavras cruzadas.
( OTHON M. GARCIA, Como enriquecer o vocabulário. Comunicação em prosa moderna: aprendendo a pensar e a escrever. 2. ed. Rio de Janeiro. Fundação Getúlio Vargas, 1969)
Até a próxima!
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