Não sei se o leitor já parou para pensar no dia da sua morte, desencarne, partida final ou como quer que chamemos o nosso último dia de vida. Ontem à noite, enquanto eu regava com água as plantas, ali no meu jardinzinho doméstico, o telefone tocou. Corri para atendê-lo. Vinha lá de Manaus a notícia: um dos meus cunhados acabara de falecer. O verso acima ( desconheço o autor; que pena...) e a notícia familiar tão próxima ajudarão a estabelecer a nossa conversa, caro leitor.
Exemplo- Cunhados não são parentes; são agregados à família natural, mas são pessoas que convivem conosco. Constroem uma sequência de atitudes gentis com a família. Fiquei tristemente comovida com a notícia do desencarne daquele gaúcho, elevado à categoria honrosa de manauara assumido. Partiu em silêncio, vitimado pela esclerose e complicações ósseas adquiridas pela vida de tombos e tropeços comprometedores.
Ofereça flores em vida para jamais levá-las aos seus afetos apenas no último dia de vida- Meu roseiral doméstico, Curitiba, arq. pessoal |
Obituário - Penso constantemente na herança que deixarei à minha filha, ao pai dela, aos meus familiares distantes e aos poucos amigos e conhecidos simpáticos. Nada de herança financeira. Ela inexiste, meu caro leitor. Reflito sim sobre a herança de experiências felizes, dignas da boa lembrança, na que exibirá o desvencilhamento dos problemas e do desprendimento dos bens materiais.
Fazer o quê? - O que eles poderão fazer com o meu corpo físico? Nossos aglomerados de órgãos sadios ou judiados pelo esforço diário cumprem o seu destino durante décadas. Uma hora qualquer entrarão em colapso natural ou acidental. O que fica perene, leitor? Alma, espírito, boas lembranças? O que dirá o meu obituário familiar?
O tema central das postagens do NaMira não está hoje para os que têm medo do último dia das suas vidas. Será o seu caso, leitor? Lamento desapontar, mas tenho necessidade de registrar as reflexões acima porque seria incoerência da minha parte não inclui-las na conversa diária.
Até a próxima!
Eu acho uma coisa, só tem medo da morte aquele que não aproveita pra viver sua vida ou não a vive bem.
ResponderExcluirEu espero morrer feliz..