sábado, 21 de maio de 2011

O Brasil mais dividido; interessa-lhe opinar?

A continentalidade do território brasileiro é espantosa, caro leitor. Nosso país conta com 26 estados e 1 Distrito Federal para administrar a extensão de 8.511.965 Km2.  De 1500 a 1530, os portugueses não viram outro modo, exceto dividir o grande território em Capitanias Hereditárias. Como explorar o pau-brasil e as demais riquezas da Colônia e obter lucro, além de manter a soberania lusitana? Dividir o território em fatias e para cada uma delas delegar poder vitalício a um donatário. Não deu certo. Um Governo Geral buscou, portanto, centralizar o poder e, embora com modificações aqui e ali, manteve-se assim até hoje com a República Federativa do Brasil, seu presidente, governadores e prefeitos, gestores da administração do território nacional, com a outorga do voto popular. 
                                        
Urge uma decisão conjunta quanto à divisão- Imagem: arquivo do Google


É preciso, no entanto, conhecer bem de perto o nosso país, a sua extensão, as potencialidades e seus graves problemas, em decorrência da continentalidade brasileira. É necessário ter atravessado as fronteiras regionais para visualizar sem ufanismo ou regionalismo a dimensão do Brasil, tanto geográfica, quanto humana. O Pará, por exemplo, é o segundo maior Estado brasileiro com uma superfície de 1.247.689,516 Km2. Isso equivale a 14,65% da área total do Brasil. Divide-se em 6 mesorregiões, uma vez que a extensão territorial, assim obriga. Como sei tais informações? Pesquisei e compartilhei em livro regional para escolares paraenses; infelizmente, a obra não foi recomendada pelo MEC. Paciência.

Atente, entretanto, caro leitor, à distribuição de renda, às oportunidades de trabalho, às condições geográficas, às características climáticas, às trocas migratórias, entre outros determinantes de progresso ou estagnação nas diversas regiões. Em conjunto, tais condicionantes explicam as diferenças no trato do aproveitamento do vasto território brasileiro em direção à Ordem e ao Progresso. Pouco brasileiros atentam à questão ambivalente da extensão territorial dos estados nortistas; eles são enormes áreas para bem administrar. É urgente rever as nossas atitudes frente ao que é agora de interesse nacional.

O afã da divisão - Mesmo distante da minha região natal tenho acompanhado o corre-corre ligado à divisão do Pará, assim como de outros Estados, tanto na região Norte, quanto no imenso Nordeste. Lamentavelmente o interesse expresso na cena capitaneada na política, não é o bem da população, mas um jogo, no qual velhas raposas, sempre famintas pelo poder, mando e gastança, desejam abocanhar ou indicar o caminho para os seus descendentes ou, ainda, aos que rezam a mesma cartilha infame e vilã. Para a realização do desejo contam com o compadrio das bancadas e a indiferença do eleitor aos projetos distanciados das necessidades da população. Recomendo, portanto, o maior número possível de reflexões sobre o tema; abaixo compartilho algumas. Clique nos links; aprecie-os com vagar:

> Divisão do Pará- Criação dos estados é manobra política, dizem especialistas, no blog do Reinaldo Azevedo.

>Deputado quer impedir no STF plebiscido sobre a divisão do Pará, na Folha de S. Paulo

> O jornalista André Gonçalves, do blog Conexão Brasília, fez um mapeamento da situação no jornal paranaense Gazeta do Povo.

Divisão do Pará: discordo governador Jatene, texto do  Professor Edir Veiga, no blog Bilhetim

Uma constatação -  Leu tudo, inclusive os comentários? Pois é; lamento, entretanto, que cismas regionais obliterem a capacidade de raciocinar e avaliar a situação. Penso que antes de qualquer decisão definitiva sobre a divisão dos estados nortistas e nordestinos, urge que o brasileiro atento e justo reflita em termos nacionais. Na questão que alimenta o tema da postagem não caberiam reflexões egoístas ou de natureza separatista entre os que convivemos no território brasileiro. Exemplos decorrentes da recente divisão do Mato Grosso e Goiás ajudam a entender as vantagens e desvantagens da estratégia encontrada.

Fonte da imagem: arquivo do Google



Atenção - Fiquemos atentos ao fator da unidade nacional; qualquer atitude que insufle animosidades regionais revelará não apenas a  nossa insensibilidade às soluções, mas também o cerco humano travestido na defesa dos bens e da propriedade do solo e do que ele pode oferecer, não apenas aos que nele residem, mas aos que estão irmanados coletivamente.

Apenas com o aval do Ficha Limpa - Se eu pudesse fazer valer a minha voz diante da polêmica defenderia a divisão como forma de  melhor administrar a imensa região paraense, por exemplo, mas faria restrições às candidaturas políticas sujas, já em marcha dissimulada. Gente ética, sem herança nepotista; apenas boa gente, alçada às candidaturas pela experiência no trato dos problemas e soluções coletivas. Velhas raposas? Nenhuma. Todos os possíveis candidatos deverão portar o passaporte fornecido pelo Ficha Limpa. Discorda de mim? Por favor, argumente; envolva-se.  As raposas não perdem tempo; já estão alvoroçadas, prontas para bicar a fartura das benesses fornecidas pelos cofres públicos e derivadas da outorga política.

Plebiscito -  Há necessidade de um plebiscito, sim! A decisão de desmembrar os 5 estados brasileiros envolve a todos, de Norte ao Sul, do Sudeste ao Centro Oeste e ao Norteste. Ficar insensível ao tema e delegar mais poderes aos políticos mal intencionados é um grande fiasco. O assunto rende longa conversa. Venha trocar ideias, meu caro. Saia do silêncio.

Até a próxima!

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