terça-feira, 5 de abril de 2011

O desinteresse com a Educação Pública

Leio nos jornais das últimas semanas notas diminutas e sem apoio de imagens, infográficos e demais recursos que destaquem e provoquem a indignação do leitor acerca da 'Máfia da Merenda', tal como define hoje em nota o Estadão. Eu não consigo ficar satisfeita com as informações contidas em reportagens ligeiras ligadas ao universo escolar público; elas ficam carentes de uma mapeamento vigoroso e esclarecedor.

Constatação diária - Será que o tema não interessa ao leitor? Não vende os jornais? É lamentável, mas faz sentido, porque até mesmo aqui, em espaço de conversa descontraída, a análise não avança. O leitor fica calado ou faz um comentário superficial. É, indiscutivelmente, um termômetro da atenção dedicada ao tema. Explica-se, portanto, a falta de mapeamento, o que certamente exigirá dos veículos de comunicação uma despesa, sem retorno financeiro com a compra dos jornais e revistas. 

Imagem: Google (sem autoria da foto, infelizmente)


Tema relevante para você, leitor? - A educação pública é um tema de grande importância social, mas enquanto não estiver associado ao rigor da análise e cobrança do cidadão, não apenas a Máfia da Merenda, mas também a série de problemas estruturais continuarão inviabilizando as soluções e facilitando a vida das quadrilhas que roubam, desviam e saem da prisão sem a punição devida. A omissão ou o deixa pra lá é um favor que o cidadão faz ao vilão e aos administradores dos bens públicos. Atitude inadmissível, quando se está imerso na vida social.

Cobrar as responsabilidades - Quando se matricula uma criança na escola o que se deseja alcançar com tal atitude, hein, leitor? Não tenho dúvida de que ela consiga expressar com desenvoltura, ao final do ensino fundamental, a autonomia na leitura e escrita, além da destreza com as operações matemáticas. A realidade oferece tal comprovação? Por que os responsáveis pelo mau serviço não são interpelados, cobrados e denunciados pela incapacidade de administrar os bens públicos em favor da criança escolar? Porque não oferecemos à educação pública e aos seus desdobramentos a devida importância. A máfia da merenda é apenas um dos problemas...  

Quero ler, mas... -   A imprensa tem um papel de importância histórica na vida das pessoas; infelizmente, as editorias de educação dos jornais que costumo acompanhar não estão interessadas ou parece que não dispõem de pessoal, salvo exceções raríssimas, envolvido com maturidade e perspicácia no tema. Perde, portanto, o leitor, perde a criança escolar, perde o país e os milhares que dependem da educação pública. O silêncio dos veículos em nota temática ligeira, quase sempre em reprodução fria dos informes e destituída de análise, é emblemático; é sintoma da omissão, também!

Até a próxima!

2 comentários:

  1. Renato Janine Ribeiro escreveu no facebook sobre seu post, que coloquei lá: "O que achei bom no post é que não lança a culpa só nos governos. A sociedade, as pessoas, os pais se interessam pouco pela educação. Não é prioridade das famílias. So, what? Enquanto não mudar aí, não muda nas políticas públicas."

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  2. Obrigada pela informação, Bezita! Ele percebeu claramente a minha crítica; a indifeença do leitor e eleitor agrada aos vilões. Quando os problemas de educação incomodarem a sociedade a situação será outra, mais combativa, atuante.


    Eu pergunto, pergunto e pergunto aqui e no Twitter se alguém aqui estudou ou tem filhos na escola pública, mas raramente recebo uma resposta enfática. Envolver-se de corpo inteiro na solução dos problemas exige vivências e sensibilidade temática, querida leitora. Receba o meu abraço comovido diante da sua companhia ativa no compartilhamento das postagens que faço aqui.

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