quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Educação na mira do STF

Fonte: Jaime Guimarães, do http://groeland.blogspot.com/
O leitor interessado no tema certamente acompanhou a decisão do Superior Tribunal Federal. A novidade? Tornou constitucional o valor de um piso nacional ao professor brasileiro, segundo a reportagem do jornalista Josias de Souza. Pois bem, Estados e Municípios podem legislar as suas matérias, mas como fica a situação dos meus colegas de ensino, quando as administrações dessas instâncias regionais não reconhecem a necessidade de acompanhar o que é decidido em maioria nacional em prol da categoria?

Inadmissível - Até quando um professor terá que ir às ruas para ver as suas funções educacionais reconhecidas como fundamentais à Ordem e ao Progresso no Brasil? O lugar do professor é na sala de aula, espaço soberano; tirá-lo de lá, forçá-lo a sair em caminhada pelas ruas é revoltante. As crianças e jovens não têm a maturidade para entender a contradição, mas cidadãos atentos e administradores éticos têm clareza da situação inadmissível.

Discurso emblemático - Promessas nos palanques priorizam a qualidade do ensino público. É fato nacional, mas na hora de mostrar a coerência entre o discurso e a prática, as dissonâncias ganham espaço e são transformadas em pendengas, tal como exemplificou o BlogdoEstado, noticioso do município de Santarém, no Pará. Outros exemplos? O leitor certamente terá pelo país afora, mas quem segura a onda da insatisfação do professor quando o assunto está ligado às condições indignas de remuneração,entre outras queixas ligadas à segurança, condições de trabalho e desprestígio social, hein?

Má consequência - Não suporto o aligeiramento do semestre letivo, após um período de greve dos colegas professores da rede pública. Sabe por quê? As crianças e jovens têm o tempo escolar subtraído, em consequência das pendengas da turma que fica no puxa e encolhe. Depois, os resultados entristecedores do ensino e da aprendizagem ganham destaque nas manchetes nos jornais. A corda cederá sempre do lado mais fraco. A situação é historicamente comprovada; buscas na internet apontarão notícias sobre as greves anuais no país.

Uma revolução educacional - Até quando as autoridades públicas vão considerar a educação e seus  problemas estruturais como algo que pode ser solucionado, aos pouquinhos, na maciota e no conforto dos seus gabinetes? Até quando meus colegas professores terão que sair da sala de aula em movimentação típica de greve para que sejam ouvidos na sociedade? Há uma pulsante necessidade de revolver as velhas estruturas administrativas, alheias ao verdadeiro interior da escola pública, caro leitor.

Inexperiência - Burocratas e qualquer profissional que não tenha passado pelas salas de aulas das escolas públicas não poderão avaliar uma queixa, uma sugestão, uma lei ou o escambau se mantiverem distanciamento da realidade escolar da maioria. Uma pesquisa séria certificará administradores escolares egressos das escolas particulares, graduação nas públicas famosas e pós-graduação muitas vezes fora do país. Da realidade nacional conhecem muito pouco.

(In)competência delegada - Postos de comando administrativo, tanto na esfera municipal, estadual ou federal, são entregues não diante da competência dos seus administradores, salvo exceções, mas sim pelo apadrinhamento, parentesco ou troca de favores políticos. Está aí a raiz dos problemas educacionais. Cabe à imprensa conferir, a começar pela indicação das chefias das diretorias, secretarias municipais e estaduais.

Por quê? - É direito discordar da maioria, mas não entendi a justificativa do  ministro Marco Aurélio Mello; se deixar a matéria ao encargo dos Municípios e dos Estados o piso nacional do salário dos professores e condições de trabalho sempre estarão em discrepância aos demais. Será que prefeitos e governadores de Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará já foram ouvidos sobre a decisão do STF? Eles fizeram objeções ao piso nacional para 40 horas, hoje fixado em R$1.187,97 , limpos e sem acréscimos pagos pelos Estados. 

Diga lá!- Aguardarei a presença, aqui no Na Mira, dos entendidos nas leis, colegas professores, administradores, funcionários da área educativa, ex-alunos, estudantes nas escolas públicas e interessados na temática da postagem. A porta está aberta; sejam bem-vindos!

Um lembrete importante: sou professora de redação, mas autônoma, o que faz a diferença na minha conversa. Não poderei ser demitida e nem exonerada; talvez...mal recomendada pela combatividade, traço do qual tenho orgulho e gratidão aos exemplos  das pessoas éticas que conheci no trânsito estudantil e no convívio social.

Até a próxima!

Um comentário:

  1. A situação é gritante. No futuro seremos obrigados aprender tudo com o mestre google. Não precisamos de professores, precisamos de computadores com acessos mais rápidos e assim obteremos as respostas que precisamos, mesmo sem enteder realmente do estamos falando. Sobre resultados nada que não possamos maquiar um pouquinho e colocar na mídia depois, para que todos acreditem que continuamos evoluindo. E ruimo a copa 2014

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