domingo, 19 de setembro de 2010

A submissão voluntária das palavras

Não tenho qualquer dúvida de que as palavras são nossas escravas submissas e obedientes. Quando lhes conhecemos a natureza, forma e funções elas  expressam uma fidelidade espetacular ao nosso comando, tanto nas conversas ligeiras e descontraídas, quanto na escrita concatenada e intencional -  e seguem, caro leitor, bem faceiras em trajeto diligente traçando o caminho apontado. 

10 serviçais - Dóceis ao comando seguro os substantivos, os verbos, os pronomes, os numerais, os adjetivos, os advérbios, as conjunções, as interjeições, os artigos e as preposições exercem com desenvoltura as funções propostas à ocasião da fala ou da escrita; são regidas invariavelmente pela  força poderosa da coesão &coerência nas ocasiões das vitórias espetaculares ou da ausência da harmonia, quando fracassam. Não duvide jamais, caríssimo leitor, do poder  incalculável que as palavras têm, sob o comando de um cavaleiro ou dama ciente dos objetivos funcionais das indicações morfológicas acima, mas a escola não tem visto assim; prefere a aposta na irreflexão, na falta de lucidez do discurso dos mal preparados e equivocados.

Jornais variados sempre estão sob a mira dos meus alunos; aprender a identicar os usos e abusos com as palavras faz parte dos conteúdos na minha programação - Encontros Marcados com a Redação
Sempre na mira - Habilidosamente articuladas as palavras podem revelar intenções. Nesta ocasião, maus leitores, inábeis no reconhecimento do poder das palavras e das intenções nelas veiculados jogam a tolha no chão, diante da tática de bem juntar as categorias gramaticais e lhes atribuir com inteligibilidade as funções de distorcer, camuflar, arrebatar ou destruir intentos ingênuos ou vilões. Sobreviventes da leitura dos jornais, revistas e páginas na internet hoje têm exemplos em abundância, tanto da escravidão voluntária das palavras, quanto da esperteza, da glória e da genialidade dos que sabem escrever para veicular intentos.

Inabalável toada docente - Meus alunos, ao longo das décadas, têm ouvido desta professora: as palavras são nossas escravas; é preciso manter a consciência do poder que exercemos sobre elas, tanto para o Bem, quanto para o Mal. Obedientes e reflexivos entendem, mas os acostumados  à desordem das ideias levam um tempo maior para colocar tino e tento na feitura da redação, tanto no vestibular, quanto nas situações presididas pela oralidade ou pela escrita. É preciso ser paciente com a vontade de aprender a reconhecer uma verdade.

A escrita concatenada e atrelada às intenções exige farta exemplificação; textos bem escritos, encontrados nos jornais, revistas e na internet, ganham espaço no caderno e na cabeça dos meus alunos - Encontros Marcados com a Redação
Leitura & Escrita - Você já leu os jornais de hoje? Folheou ou leu uma revista de grande circulação nacional? Leu colunas de opinião na internet? Apreciou tweets na sua página?Experimente observar as palavras sob o comando inteligente de um produtor de texto. Verá exemplos de destreza e habilidade, tanto para aproximar intentos, quanto para iludir, confundir ou revelar verdades inconvenientes, mas necessárias.

Até a próxima!

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