... No meu tempo de menina, com a borracha alta, as elegantes de Belém
mandavam buscar na Europa vestidos especiais para as noites da festa de
Nazaré. E desfilavam no Largo, como em passarelas. S. Jerônimo, Dr.
Moraes, só em Belém Deodoro é Generalíssimo (o exagero amazônico); ruas
de minha intimidade, as casas coloniais altas, com azulejos tão belos,
pesadas, cheias de janelas, sacadas de ferro trabalhadas, todas falando da
Belém colonial. E as mangueiras encarregando-se de dar sombra, faceiras
sempre, tão faceiras que adoravam a chegada de outubro, quando a
Prefeitura manda pintar de branco seus troncos. Sempre desejaram ser
bailarinas as nossas mangueiras(...)Tudo nesta cidade onde nasci é parte
poderosa, eloqüente na minha vida. Paisagens, personagens, ocorrências (...)
Que importam os limites do Estado do Pará se para mim, ao norte, sul, leste,
oeste, ele é todo limitado pelo meu grande amor?
( Um trechinho emocionante de "Banho de Cheiro", uma das crônicas inesquecíveis de Eneida de Moraes, aqui agora graças ao arquivo da Casa da Memória, da Unama)
Mangueiras em Belém, capital do Pará - Reprodução do blog Pedro Paulo Floresta |
UM SOS fotográfico - Infelizmente, jamais tive a oportunidade de ir ao Cemitério Santa Isabel, ali na Av. José Bonifácio, embora por ele passasse, lá em cima no interior do ônibus Guamá Universidade, bem à época da graduação, mas quem sabe algum paraense munido de uma máquina fotográfica ou câmera no celular possa fazer uma imagem da mangueira mais próxima existente ao túmulo de Eneida? Não custa pedir o favor, mas se demorar muito, ah... eu irei fotografar o local na minha próxima temporada em Belém.
Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário