sábado, 6 de novembro de 2010

Ser feliz tem um segredo

Deve ser muito frustrante e tedioso não ter um objetivo - ou vários - na vida. Eu não professo atualmente uma religião, mas a minha formação é cristã, bússola que anima os meus passos e todos os sentidos. Conto agora uma historia; está interessado, leitor?

Quando eu ainda era um projeto de adolescente ingressei em um grupo de jovens, desses que são amparados pelas igrejas cristãs e que forjam a educação do sentimento e ampliam os poderes da razão. O meu chamava-se Mojuvena, o Movimento dos Jovens de Nazaré; era natural dele participar, porque eu morava nas imediações da Basílica de Nazaré, lá em Belém. Era coordenado pelo barnabita Mario Pozzoli, ser humano da mais alta estirpe em ética e amor pelo semelhante, apesar da linha dura que não hesitava em expressar. Sou grata pelas influências positivas que eu e centenas de jovens dele recebemos e compartilhamos. Ele continua distribuindo orientações pelo Brasil afora e colhendo os frutos.

Mantenho a lembrança  de que "Ser feliz tem um segredo..." ao lado da pia, em cima do filtro de água para jamais esquecer  a advertência - Antes que seja tarde demais, Curitiba, nov. 2010

Inesquecível lembrança - Jamais esqueci  de uma das canções que costumávamos cantar em grupo e nas viagens que fazíamos pelas cidades paraenses, quando íamos encontrar outros adolescentes, por exemplo, em Bragança, em Tracuateua, em Vigia, entre outros sítios juvenis cristãos. Confira os versos:


"Um dia não faz tempo pelas ruas eu andei,
o guarda, o leiteiro, o carteiro eu encontrei,
em todas as cidades e nos portões também,
reconheci gente, onde não havia ninguém.

    Gente da cidade e também do interior
    Apareceu um exército, cada vez maior.
    Lembrei-me das verdades que ensinaram nossos pais: 
    coisas são importantes, porém gente é mais.

Viva a gente!
Vocês poderão conhecer muito mais gente, a melhor espécie de ser
Com mais gente a favor de gente em cada lar e nação
haveria menos gente difícil e mais gente com o coração."(bis)

( Viva a gente; não sei de quem é a autoria. Se souber, por favor, dê um SOS.)


A formação - Participar desse grupo de jovens, acompanhar a luta diária que a minha família empreendia para atender às necessidades de todos, sem dúvida, ajudou a traçar os meus objetivos para a vida. A família, a escola pública e o meu grupo de convívio juvenil cristão ajudaram a formar a pessoa que eu sou hoje.

Os meus objetivos - Descobri, em plena adolescência, que gostaria de ser feliz, mas para auferir a felicidade eu precisava de alguns degraus:

>Ler bastante, ou seja, aumentar as informações e agregar sentido ao que percebia, ler o mundo - e a escola e a minha família de leitores exerceram influências poderosas nessa percepção.

>Gostar das pessoas, o que implica em aceitá-las, independente do que aparentam, o que não é nada fácil, concorda comigo?  Há tanto preguiçoso, mal intencionado, vilão, etc.

>Nutrir esperança, ou melhor, acreditar que o amanhã poderá ser melhor do que hoje, sobretudo de nos colocarmos em marcha coletiva a esse propósito.

>Agir com coerência , o que significa não desejar para qualquer pessoa o que eu não gostaria que fizessem comigo;  é uma luta sem trégua, não é mesmo? Entende por que não suporto injustças?

> Não desistir dos objetivos, ou seja, não entregar os pontos. Ir à luta, recomeçar, sempre!

E você, leitor? -  Já pensou nas razões para que leve adiante a sua vida com prazer? Deve ser realmente muito frustrante não contar com alguns objetivos. O que nos faz superar obstáculos e avançar sempre em direção aos nossos gostos e anseios? A refletir, não é mesmo, caro leitor?

Até a próxima!

7 comentários:

  1. Olá Doralice, aqui quem comenta seu post é um jornalista de 49 anos, atualmente morando em Belo Horizonte e que foi criado no Rio até os 14. Lá pelos 8 anos, acho, ouvi a tal música "Viva a gente" interpretada por normalistas do Carmela Dutra, em Madureira (elas costumavam oferecer atividades de recreação para nós, alunos da escola pública ao lado). Mas só hoje descobri que essa música é um tipo de hino de uma organização educacional de jovens norte-americanos (Up with people), criada em 1965 e que queria mudar o mundo. Lendo no Wikipedia, descobri que eles conseguiram espalhar o movimento nos cinco continentes, sendo reconhecidos por líderes mundiais, e até ganharam um documentário em 2008. O mais curioso é que além da lembrança de infância (que foi uma experiência pessoal tão forte a ponto de nunca esquecer a letra e o gestual sincronizado das normalistas) nunca tomei conhecimento da existência dessa organização. No Youtube v. também pode matar a saudade da música, só que interpretada em inglês e espanhol. Obrigado por postar a versão em português! Um abraço e... Viva a gente! mauricio.carneiro@gmail.com

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  2. Obrigada pelas informações esclarecedoras, Maurício; a música "Viva a gente" é inesquecível. Alegro-me ao saber que ela também integra as suas boas lembranças da infância carioca.

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  3. Essa musica me traz ótimas lembranças, foi muito executada por um grupo chamado AJA, composto por normalistas do Carmela Dutra e Colégio Pedro II e jovens adolescentes na época de 70. Esse grupo foi criado por minha Prima Nelly Barros, com a intenção de sociabilizar jovens e afasta-los, já naquela época das drogas.Acredito que ela possa te esclarecer melhor a respeito da letra e da melodia.
    Eu mesmo estou tentando regrava-la com um outro ritmo mas preciso saber dos direitos autorais etc etc.
    procure-a no facebook nelly barros
    Sds

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  4. Eu me lembrei desta música ontem, cantarolei um trecho e fiquei com um gosto de saudade... muita saudade desta gente da melhor espécie de ser que a gente cantava com tanta vontade.... nos corais das escolas.... Enfim... procurei tanto um arquivo de som que fosse, mas não encontrei... saudade mesmo!!!!

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  5. Lembrei desta música ontem, cheguei a cantar um trechinho... minha neta me olhando como se louca fosse (de onde tirou isto),,, Vim aqui pelo Google, procurar e não encontrei nem mesmo um arquivo de som que fosse... somente estas referencias suas e mais uma... enfim... mas... que bom que eu não inventei nada e que a saudade desta gente da melhor espécie de ser não é só minha....

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  6. Eu me lembrei desta música ontem, cantarolei um trecho e fiquei com um gosto de saudade... muita saudade desta gente da melhor espécie de ser que a gente cantava com tanta vontade.... nos corais das escolas.... Enfim... procurei tanto um arquivo de som que fosse, mas não encontrei... saudade mesmo!!!!

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  7. Doralice, me contata no iggyarruda@gmail.com. Tenho todas as informações sobre o Viva a Gente, reuniões, shows etc.
    Inácio

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