quarta-feira, 23 de março de 2011

Questões educacionais nem sempre respondidas

Quando o assunto é educação, especialmente a pública, muitas questões emergem à cabeça dos que têm interesse genuíno na área. Nada daquele conversê politiqueiro e interessado em parecer ajustado aos propósitos das eleições iminentes, mas sim para refletir em movimento  em prol da verdade e interesse público.

Organizei, sob o pêndulo da gravidade das questões, um bloco de interrogações, caro leitor. Acompanhe o que tem martelado na minha cabeça sempre que passo na porta de uma escola pública ou leio notas ligadas à educação que é mantida pela  instâncias administrativas nos Municípios, Estados e locais com custeio do Governo Federal:

1- Quanto vale a hora de aula ou um turno de trabalho de um professor no Brasil?

2- Os valores são diferentes, por quê? Há algum nível mais ou menos importante? Há um piso básico, já legitimado em todos os Munícipios e Estados? Quero saber de um piso, sem considerar os acréscimos trazidos ao holerite, tais como vantagens acadêmicas e gratificações agregadas pelo tempo de serviço, etc.

3- Há diferença na responsabilidade educativa entre os graus de ensino fundamental, médio e superior? Ensinar a ler, escrever, fazer cálculos matemáticos é mais fácil/difícil do que coordenar seminários, comandar pesquisa universitária ou ler e corrigir relatórios e aprovar monografias, dissertações e teses acadêmicas?

4- Por que o estado de greve é um recurso anual  na rotina dos professores da rede pública? Faça uma pesquisa nas reportagens sobre o tema e encontrará sucessivos episódios.

5- Por que a escola pública é espaço de tantas contradições, inclusive dos que nela trabalham?  Filhos de servidores públicos em escolas particulares é um exemplo.

6- Você matricularia o seu filho ou recomendaria que seu neto frequentasse uma escola pública? Tente responder mentalmente agora; sim ou não agora na sua cabeça...

7- Por que professores, inclusive da rede municipal, estadual e federal, não matriculam seus filhos em escolas públicas, exceto quando são federais ou vinculadas às universidades?Merece uma  urgente pesquisa oficial.

8- Por que os políticos não matriculam  seus filhos nas escolas mantidas pelo poder público? Há quem defenda a ideia, mas ela perde força pelas estratégias pouco convincentes. Um rastreamento nas escolas ofereceria um termômetro à questão.

9- Por que a maioria das escolas públicas apresenta negligências com relação ao edifício escolar? As fotos que registro aqui nas postagens e o olhar do leitor ao circular pela cidade comprovarão o descuido generalizado pelo Brasil afora.

10- Por que as escolas públicas representam um grande problema nacional e não uma solução às dificuldades? Quando eu leio a frase " Educação: uma prioridade nacional" não sei se acho graça ou lamento e aumento a minha desconfiança.

Quer  refletir e conversar? - O leitor viu que eu tenho muitas interrogações, embora seja profissional da área educativa. Que tal levarmos adiante uma produtiva conversa? Não precisa comentar integralmente a dezena de perguntas acima. Eu já ficaria feliz, -  ah... como ficaria! -  se conseguisse conversar acerca de uma das questões. Será que é pedir muito, meu caro leitor? Você, se entendido em leis, história da educação, economia, ciência política ou área correlata às questões, poderá ajudar a refletir mais e concentrar em pontos cruciais, nem sempre considerados em análise ligeira e superficial comum em páginas na internet, mas três ou quatro pessoas refletindo junto sobre temas afins resultará em ótimo consumo do tempo na tela do computador. É assim que eu gosto.

Até a próxima!

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