A importância de um blog diante dos fatos

A indisposição mal disfarçada e dirigida pela grande imprensa aos blogueiros que não são egressos da formação jornalística é contínua, mas embora velada, não passa de cabeça baixa. A Dona Imprensa não abre a guarda e não oferece importância aos que escrevem em blogs, exceto se há uma janela corporativa ou  um espaço no portal do veículo em questão. Em parte, ela tem razão. É preciso escrever bem e com clareza acerca de um tema, além da visível apuração dos fatos, indicação das fontes, exibição de imagens e apoios que tornem qualquer postagem de conteúdo próprio, uma referência, inclusive, entre os leitores dos blogs.

Uma página blogueira local pode fazer muito pela informação de interesse nacional; blogueiros nem sabem o poder que têm ao redigir uma nota esclarecedora, editar uma imagem ou reproduzir uma conversa. Muitos optam pelo prosaico, o leve, a brincadeira, a diversão e a exposição da intimidade familiar; são escolhas temáticas. É um direito, mas quem se dispuser a escrever para fazer uma ponte com a realidade precisa atentar à seriedade de um compromisso blogueiro centrado na verdade, análise, crítica justificada e o registro dos fatos, inclusive, atemporais. Dá trabalho; muitos desertam e buscam o caminho mais fácil, da cópia, da mera reprodução e costuras de links.

Escrever com clareza e concatenação;  são exigências básicas para auferir a importância diante do leitor

Eu levo com ânimo a redação das postagens. Aqui abrigo temas específicos, como educação e cidadania, assim como aos decorrentes da leveza da vida boa. É proposital, porque do contrário, o leitor ficará distanciado da página. Nos dias atuais -  diga lá se estou equivocada, leitor ? - privilegiar a leitura de informes ou acompanhar o trânsito dos fatos de interesses coletivos parece ser prática bem remota entre leitores na internet. Quem clica em página blogueira chega com a finalidade de "passar o tempo"; se avistar uma conversa como a minha, sempre alinhada aos problemas coletivos, sai em clique rápido. Não tenho interesse nesse tipo de leitor. Quero um assim, como você, que não fica intimidado com três, quatro ou cinco parágrafos de longa dimensão.

Gosto muito de avistar o número de visualizações dos que aqui espiam o blog; ontem, por exemplo, foram 128 criaturas. Hoje? Até agora vi 55. Um dia, quem sabe, elas sairão da tela e aparecerão na caixa de comentários. Já limitei a entrada de anônimos, porque desejo conversar com gente de verdade, com ideias próprias e disposta a interagir, a trocar informes assumindo uma identidade na internet. A imprensa tem razão, meu caro, ao torcer o nariz aos blogs assinados sem o aval do jornalismo acadêmico, mas  precisa rastrear nos Estados os que têm conteúdo próprio, que constroem uma história com os fatos e os transformam em notícia blogueira. 

Ah... a importância - É uma questão de perspectiva. Quer um exemplo? Na época de crise de deslocamentos das equipes de reportagens ou de tragédias, ah... como são bem-vindos os cliques, tweets e postagens de blogueiros locais, não é mesmo? Saem na tevê e são alçados à condição de personagens nas reportagens jornalísticas. Você acompanhou as que foram feitas sobre a tragédia japonesa? Viu como as reportagens eram tonificadas com notas, vídeos e fotos de internautas e blogueiros? É assim.

Sugestão-  Sou uma leitora muito exigente. Leio muitos blogs, mas não são todos que merecem a minha atenção e a indicação nos links. Acompanho um pouco a história blogueira do seu responsável, articulo o que ele declara e faz. Gosto da coerência, mesmo que discorde das ideias, ali expostas. A exigência no que é bem feito é um componente muito bem-vindo em todas as situações. Vê como a grande imprensa precisa ficar de olho quando algo tem origem em blogs? É um cuidado natural, porque nem todo blogueiro é jornalista e nem todo jornalista conseguiria ser blogueiro, ainda mais sem remuneração.

Até a próxima!