domingo, 5 de dezembro de 2010

Ler & Escrever com eficiência? Por que parou?

Empresto a oportuna ideia do Benett (publicada hoje na Gazeta do Povo ) para alertar aos 14,7 mil vestibulandos que enfrentarão, logo mais à tarde, a prova de Compreensão e Produção de Textos, comumente denominada de prova de redação da UFPR . O motivo? A mira certeira no mau costume de não ler atentamente qualquer informação.


Ler exige atenção permanente e integral - No enunciado de uma proposta de redação há sempre a direção e os cuidados necessários ao atendimento integral da solicitação. Ler os enunciados com extrema atenção é, portanto, vital para que o atendimento à proposta decorra satisfatoriamente.

Escrever é concatenar ideias - A redação bem articulada atenderá certamente todas as exigências das cinco a sete propostas programadas pela Universidade Federal do Paraná. Resumos, textos argumentativos, dissertatações, comparações, transposições linguísticas, continuidades de textos, análises diversas(infográficos, poemas, tirinhas, charges, cartuns, propagandas), redação de cartas, entre outras tipologias poderão diversificar as pressuposições da banca organizadora quanto às habilidades da leitura e da escrita dos candidatos. É preciso ficar atento e mostrar o resultado do treino com essas habilidades, ou seja, interpretar e produzir textos.

A grande contradição - Lamentável, entretanto, é saber que milhares de vestibulandos não saberão escrever concatenadamente na própria língua. Culpa de quem? Muita gente mereceria assumir a culpa, mas quem está disposto a carregar o seu quinhão de irresponsabilidade, hein?

Os direitos e os deveres negligenciados - Aprender a Ler e a Escrever é o que desejam  os pais de uma criança, quando fazem a inscrição do brasileirinho na escola. Para levar adiante a nobre tarefa de abrir caminhos à informação entra em cena um grupo numeroso de auxiliares: as instâncias governamentais com as políticas voltadas à formação do professor, os administradores estaduais e municipaisprojetos escolares centrados objetivamente aos compromissos da escola, os professores e os pais atuantes, as crianças/jovens cientes das responsabilidades e a comunidade escolar, mas quando um desses elementos negligencia das suas funções o estrago acontece. É necessário um concerto de ações, mas há quem goste de desafinar. O resultado dessa dissonância, portanto, é refletido nos vestibulares e nas situações amplamente conhecidas na sociedade. 

Por que parou? Parou por quê? -  A escola pública de outrora capacitava a criança e o jovem a ler e a escrever, mas agora vestibulandos e universitários ( eu corrijo monografias, dissertações de mestrado, minha gente!) apresentam tamanha insegurança diante de uma folha de papel em branco; por que será, hein?


Ler é decodificar informes e atribuir sentidos; escrever é decorrência dessa espetacular  abundância - Encontros Marcados com a Redação, Curitiba, 2010

De olho nas contradições e irresponsabilidades -  As contradições da cobrança na seleção universitária oferecem, entretanto, a cada ano que passa mais alunos ao meu curso de redação. São jovens matriculados  no 3º ano do ensino médio ou egressos da escola brasileira pública e, sobretudo, particular. Os estudantes chegam inseguros diante da cobrança no vestibular; não deveria ser assim, portanto, os responsáveis pelo fracasso da leitura e da escrita, além da ausência das informações básicas de conteúdo multidisciplinar, deveriam olhar com mais responsabilidade aos quatro primeiros anos, indiscutivelmente o alicerce seguro da formação estudantil. Uma nova geração certamente surgiria, mais antenada com as modernas tecnologias, bem afiada no uso eficiente do lápis, da caneta, da borracha, do teclado do computador, do celular ou até mesmo (desculpe o exagero oportuno!) de um graveto na areia para deixar um recado concatenado em pedido de SOS.

Convite à interação - Converse comigo, leitor; saia  do silêncio!

Até a próxima!

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