Finalmente encontrei as informações - Sempre que voltava à capital paraense tentava encontrar notícias dessa inesquecível amiga; a lista telefônica e as conversas aproximadas não adicionavam nada ao rol de curiosidades que eu mantinha sobre a querida Pascoalitta. Ontem, muito intranquila com a intensidade da lembrança, pedi aos céus que me iluminassem com uma notícia, uma ideia. Eu já estava deitada, quando pensei: vou ao Google! Levantei da cama, liguei o computador e digitei no busca o seguinte: Pascoa Costa e Silva sociologa. Foi quando eu soube de tudo. A esclerose múltipla fez mais uma vítima. Fiquei comovida e chorei sentidamente.
Nascer, viver e... -Não sei se você, querido leitor, já viu um amigo ou amiga adoecer, assim, de repente e ir definhando velozmente. A última vez que encontrei com a Páscoa ela já não enxergava mais, precisava de fraldas descartáveis e estava presa à cama literalmente, mas ainda assim ajudava aos que necessitavam. O telefone era o seu contato com o mundo solidário. Tão vibrante que era a minha amiga querida...
Sempre alegre e expansiva a Páscoa, mesmo com o diagnóstico da EM, ainda nos veio visitar; visivelmente emocionada ela fez questão de carregar a minha filha- Belém, 1996 |
Estou hoje entristecida com a certificada separação física que faz emergir as lições da vida com o nascer, viver e morrer, mas que aponta generosamente ao aproveitamento da companhia querida das boas lembranças dos que nos honraram com a amizade. Lembrar e reverenciar; um alento indiscutível.
Um tributo à amiga - Fiz uma busca na minha caixa de fotos impressas para encontrar um registro da imagem feliz que tenho da Páscoa, amiga querida. A foto é escaneada(incluída posteriormente); ajudará a estabelecer uma referência concreta dessa vibrante criatura, mistura de soldado da pátria e defensora dos sem voz. Recordo-me do momento da foto, quando ela ainda conseguia andar com a ajuda da bengala. Estávamos em Belém; no ano de 1996. Depois, quando retornei para visitá-la não encontrei ninguém, lá na casa da família, no antigo bairro da Cidade Velha. Perdi o contato, agora retomado, graças ao Google e aos que registram o movimento da vida e da morte na internet.
Caso alguém em Belém disponha de convivência com os familiares da Páscoa, por favor, abrace-os por mim - e compartilhe comigo o endereço da família. Ficarei grata; gostaria de revê-la e saber detalhes sobre os últimos dias físicos da minha saudosa amiga.
Até a próxima!
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