quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Põe tapioca, põe farinha d'água!"

Suponho, caro leitor - e será que estou enganada? - do seu conhecimento sobre o que seja o Açaí, palmeira típica da Amazônia, carregada de frutinhos, espécie de coquinhos com polpa de cor escura, e que oferece, quando amassada com água, uma deliciosa bebida. Os versos do Nilson Chaves sempre evocam em mim grande saudade, quando estou em Curitiba e coloco o seleto cd para tocar. Confira a poesia musical magistralmente articulada pelo compositor paraense.

Com tapioca ou farinha d'água  - Aqui no Pará, diferente das demais regiões, nada é tão regional para nós, do que tomar  o suco (bem grosso e empapado) do açaí com tapioca ou farinha d'água. Com ou sem açúcar, acompanhado ou não de peixe frito ou qualquer coisa que a imaginação faminta possa acrescentar. Em todos os casos e horas, tomar açaí é sempre uma delícia.

Gosto de tomar açai assim, bem grosso, com açúcar e farinha de tapioca  - e você? - Belém, 2010

Fico bem preocupada, quando os jornais sulistas e das demais regiões colocam o delicioso fruto na berlinda suja e doente das más notícias.

Ao lê-las, sempre arregalo os olhos em busca das contradições, dos informes apenas pelo telefone, sempre longe do nascedouro das notícias. Adoro avaliar, sempre e sempre, quem escreve,  sentado na cadeira de correspondente local, pois a conversa é outra, o sentir é  mais próximo e as contradições e versões checadas pelo jornalismo sério, averso à boataria e ao sensacionalismo.


A variação do preço do açaí obedece aos ditames da safra, regida pelo inverno ou pouca chuva na região-  Belém, preços na tabela da venda do Trindade, ali na Rua Carlos Gomes, entre Padre Eutíquio e Av. Presidente Vargas
Estou em Belém; o leitor habitual já sabe, mas não custa informar ao que chega aqui, num ímpeto ou por acaso. Posso, meu querido, encontrar numa simples virada na esquina, o melhor açaí. É de lá que eu tomo e me delicio com uma porção generosa. Sem medo. Tudo limpo e higienizado - e muito, muito gostoso.

Sugestões  - A padronização das barracas que vendem o produto final,  a orientação técnica ao manuseio e rigorosa fiscalização da coleta e venda ao atravessador, se vigorassem fariam muito bem, obrigado a tudo e todos. Tanto aos que plantam, colhem e vendem, quanto aos que amassam ou batem para disseminar o gosto dessa delicia amazônica. Concorda comigo, prezado leitor? Não sei porque ninguém até agora resolveu empreender um rentável negócio com a venda do açaí in natura. Para mim um ótimo tema para redações na prova do vestibular da federal local ou tema a ser alvo da conversa que rende entre paraenses e amazônicos.

Até a próxima! 

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