quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O tempo, a vida e os funerais

Na última terça-feira participei de um funeral, ou seja, da hora mais absurda na vida de uma pessoa. Moro em Curitiba desde 1992 e ainda não tivera motivo algum para entrar no Cemitério Municipal, localizado no bairro do Água Verde, mas sempre há uma primeira vez para tudo. Avistar o corpo de alguém ali sem vida é de uma força esclarecedora incalculável, caro leitor.

Meramente ilustrativa a imagem de alguém que parte para não mais retornar é de uma lição incalculável- Arquivo pessoal, 2010



É uma opção - Há quem não aprecie participar de funerais; respeito a escolha, mas quando nos vemos na situação nada mais intenso e comovente. 

                                                                                          Com quanta indiferença, muita vez, ouvimos o bater das horas. No turbilhão da vida quotidiana rolam para a monotonia as incessantes pancadas horárias. Esta diuturna medida do tempo quando se entremeia nas preocupações humanas, busca avisar a ocasião de alimentar o corpo e descansar os membros. (...) O tempo, êsse velho de barbas longas e nevadas, tendo uma das mãos a ampulheta e na outra a foice avassaladora das idades, não existe para muita gente.
(José Farani Mansur Guérios, O passar das horas, Antologia, Saraiva, 1945)

O poder da vontade - Há quem não goste de hospitais, de cemitérios e de outros locais que sempre colocam em xeque as nossas convicções e escolhas. Eu penso que são lugares de incalculáveis lições, especialmente sobre a vida e a morte. Quando neles adentramos por livre e espontânea vontade as perspectivas são dinâmicas, mas quando levados ou carregados por outros o querer e o poder encontram a sua mais cerceadora limitação.

Até a próxima!

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