Ontem estava conversando com uma das minhas sobrinhas; ela está matriculada na 7ª série na EE Adalberto Nascimento, localizada aqui no bairro do Taquaral. Imagine o leitor a dupla de informações que ela compartilhou comigo: há dois meses a turma está sem professor de português e nunca conseguiu entrar na biblioteca da escola, uma vez que está sempre fechada. No próximo dia 27 a direção abrirá o portão abaixo para o retorno semestral dos alunos. Infelizmente, não estarei mais aqui, pois a minha volta para Curitiba acontecerá no final de semana.
Até quando? - Fico realmente indignada com as revelações acima, ainda mais quando o discurso oficial não aponta essas irregularidades.
Enganação pública - As contradições do discurso político sempre a enganar e a ludibriar o direito de boa escola pública são revoltantes. Tenho hoje um rol de perguntas diante desse fato:
> Que tipo de leitor espera uma escola que mantém a biblioteca escolar fechada aos alunos?
> Que tipo de administração escolar fica conformada em abrir o portão acima e não providenciar um professor de português para atender às turmas de 7ª série?
> Por que a entrada dos estudantes não é feita pela porta principal, mas sim através desse portão pichado e com aparência entristecedora?
> Será que os problemas dessa escola estarão resumidos apenas à dupla acima? Não creio.
A diferença - Ainda bem que no interior da minha família há o saudável hábito da leitura; minha sobrinha é leitora ativa e não encontrará limites à vontade de ler e reunir informes, mesmo com as condições escolares adversas das quais dispõe.
Direito escolar - A inexistência de um professor de português para intermediar as orientações de leitura e escrita é um exemplo prático da subtração do direito escolar. Minha sobrinha sonha com o acesso ao ensino médio e conserva o desejo de estudar Biologia na Unicamp. Os limites impostos à concretização desse sonho são enormes, concorda comigo?
Aponte providências e justificativas -Você considera justo que outros jovens, matriculados nessa escola, continuem sem o acesso livre à biblioteca e não disponham de professor de português? Quais as providências que tomaria para solucionar essa dupla de problemas?
Eu farei o seguinte: hoje mesmo telefonarei à escola e enviarei um comunicado às editorias dos suplementos Folhinha e Folhateen, encartados na Folha de SPaulo; há uma pauta nessa dupla de informes. Não sei se estarão dispostos a fugir do foco alheio aos problemas da grande massa popular que depende do ensino público estadual. Há um correspondente local aqui em Campinas; quem sabe ele resolva acolher a pauta? Os textos seguirão com cópia à ombudsman do conhecido jornal paulista. Espero que ao retornar à escola os alunos desse estabelecimento tenham resolvidos os dois problemas acima. Ficarei de olho nas providências.
Até a próxima!
Alí pelo Largo da Ordem
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Ontem à tarde na região do Largo da Ordem, tem os que confraternizam, os
que abraçam, os que desenham, os que fazem um som e os que curtem isso...
Há 3 semanas
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