Muita gente costuma debochar do Brasil; brasileiros, inclusive. Raramente avisto um jovem ou adulto admirando as virtudes da pátria ou combatendo as irregularidades com tino e tento, ou melhor, ajuizamento exemplar. A maioria aditiva o discurso centrado em temas patrióticos com expressões nada exemplares às crianças e ao que ficará gravado na história nacional. Não preciso nem repetir a abundante produção da língua ferina.
Arroubos de nacionalismo - Fenômeno engraçado acontece quando alguém fala ou escreve debochadamente sobre o nosso país; aqueles mesmos que gostam de xingar o território nacional acabam arregimentando forças de todos os matizes e intensidades para oferecer o troco a quem ousou triscar na pátria.
Treine a leitura e a escrita - Tenho duas propostas interativas para o tema:
> Leia o que noticiou a VEJA acerca do depoimento debochado de Sylvester Stallone sobre o Brasil. O assunto rende também aqui na Folha.com
> Elabore uma lista de itens que realmente merecem o deboche não apenas de brasileiros, mas de todos que aqui desembarcam. Eu começo...e você continua, certo?
1- A cara de bonzinho(a) utilizada pelo político durante a caça ao eleitor - Não há quem não ria do que ele diz e faz ao pedir votos. Aquelas fotos com crianças no colo são demais! Parecem santos de pau ôco!
2- A ausência de indignação diante do desrespeito e da impunidade - Muitos brasileiros são testemunhas oculares das injustiças, mas nem movem um dedo no teclado do telefone ou do computador para denunciar e cobrar atitudes. A escola pública está falida e muitos brasileiros nem se importam.
3- A mania de esperteza que muitos brasileiros expressam - Há muitos que subestimam a capacidade de pensar dos seus compatriotas. Os cabos eleitorais vendem gato por lebre e pensam que o eleitor é trouxa.
Até mais - Retornarei mais adiante ...quem sabe para sorrir e concordar com a sua lista?
Alí pelo Largo da Ordem
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Ontem à tarde na região do Largo da Ordem, tem os que confraternizam, os
que abraçam, os que desenham, os que fazem um som e os que curtem isso...
Há 3 semanas
4 - Medo da honestidade. Somos uma sociedade de essencialmente desonestos, que busca contornar a lei válida pra todos sempre com um jeitinho particular. Por que o medo? Simples: num país onde ser correto e honesto fosse a regra, ficaria muito difícil pra nós, a maioria, desonestos, continuar vivendo como sempre vivemos. Dando um jeitinho em tudo. Fazendo de conta que o respeito e a civilidade são valores que devem ser observados só pelo meu vizinho, por meu colega de trabalho, todos otários que eu, muito esperto, passo sempre pra trás.
ResponderExcluirPS: Professora, desculpe-me a crueza. Mas é o que eu penso sobre a maioria do nosso povo, que apenas disfarça tudo isso com uma pretensa cordialidade.
Endosso o seu comentário, prezado Alex; a maioria dos nossos compatriotas adora uma "boquinha". Difícil avistar alguém que age eticamente, mesmo diante da onda coletiva de "espertinhos". Pelo seu comentário percebo que leu "Raízes do Brasil", do Sérgio Buarque de Holanda. Volte sempre, leitor; suas observações são pertinentes e objetivamente centradas na postagem.
ResponderExcluirPrezada Professora Doralice,
ResponderExcluirsinto certa vergonha em admitir. Raízes me espera na estante há tempos... Ainda não li, mas agora após sua referência, não tarda.
só eu terminar os dois de Miguel Chaves que estou lendo ...
PS: Depois que reli meu comentário, vi que de certa forma ficou redundante, pois a Sra. já havia tratado do mesmo ponto. Afinal apreço à esperteza e desapreço à honestidade se confudem...
Tenho certeza de que apreciará a leitura de Raízes do Brasil; valerá o tempo dispendido ao exame dessa obra, Alex.
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