segunda-feira, 19 de julho de 2010

Caminhando contra o vento...

Hoje os jornais do país mostraram o ranking dos estabelecimentos públicos e particulares que brilharam no ENEM 2009. Não fiquei surpresa. Ficaria sim se a manchete fosse destinada aos que exibem fracasso diante dessa avaliação. Leia a reportagem aqui, no Uol Educação .

Nobre propósito - Há muito venho acompanhando esse exame, instituido pelo MEC; ele  trazia excelente objetivo, mas  agora ao ser elevado à categoria de seleção ao vestibular perdeu a nobre intenção de alinhar, sobretudo, as contradições e vencê-las no interior da escola pública estadual ou federal. A ilustração do Benett configura a situação exemplarmente. O caráter competitivo descaracterizou completamente o exame. Lamentável.

Indiferença e distanciamento - Já puxei conversa sobre o tema, lá no Twitter, mas não encontrei nenhum interlocutor disposto a analisar comigo o crucial assunto. Paciência; uma hora a ficha cairá.


No Paraná, a UTFPR  aparecer no topo da lista não é surpresa. A instituição recebe os regalos financeiros do governo federal, investe no corpo docente e oferece o melhor que pode ao estudante, selecionado previamente à escola com ares universitários desde o ensino médio. O leitor atento perceberá o desnível de ofertas em relação ao rol de escolas estaduais; elas emergem no primeiro olhar à lista atual, dada as diferenças  institucionais. O estudante, seu desempenho e contradições  dentro do exame são sintomas que poucos desejam refletir, infelizmente. Recomendo a leitura de "Particulares no topo da lista", de Tatiana Duarte, GP, 19 de julho, caso deseje ampliar as informações.

O que fiz hoje  - Sugeri através de e-mail  à jornalista Suzana Singer,  atual  ombudsman na Folha de S.Paulo, que um exame detalhado aparecesse no jornal acerca das contradições encontradas no interior das instituções públicas, seus resultados e expectativas dos alunos  com relação ao ENEM, mas não sei se a sugestão será aceita. Há nos jornais, mesmo nos de grande expressão e despojamento, um limite de conceitos e inexperiência com relação às implicações educacionais, sobretudo na área pública. Quem perde é o leitor.

Sem espeto de pau - Minha filha é estudante da UTFPR; ela cursa o ensino médio técnico; já lhe apontei o caminho ao estudo sério e comprometido. A trilha estudantil  é dela, embora esta professora esteja sempre como mãe diligente e atenta a tudo, mas há enorme diferença entre os que estão matriculados na escola pública estadual.  Não duvide.

Sem vínculo corporativo e caminhando contra o vento - Todos os dias, prezado leitor, eu agradeço a boa hora na qual deixei a iniciativa privada e fui trabalhar como autônoma, porque quando se tem um objetivo educacional é preciso estabelecer intensa articulação entre o que se pretende alcançar e a oferta entregue aos estudantes. Olho a banda passar e vejo as dissonâncias, mesmo sob a batuta do maestro...

Uma pergunta: você participou do Enem ou conhece alguém que dele tenha participado?

Até a próxima!

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