segunda-feira, 20 de agosto de 2012

As antigas livrarias? Nos bairros. As modernas? Nos shoppings!

Parece que é possível generalizar um fato incontestável: o de que grandes redes livreiras engoliram as pequenas livrarias existentes nos bairros. Aí, também, ficou distante a possibilidade de ir às livrarias sem encontrá-las apenas em shoppings, caro leitor? Hoje? Passarei boa parte da tarde na Livraria Cultura, ali no Shopping Curitiba. É um programa cultural adorável, porque a fartura de livros é espetacular, inclusive, com a liberdade de bem examiná-los antes da eventual compra sem que algum vendedor fique colado em mim. Além do mais, lá encontro uma cafeteria! Quer melhor opção em uma cidade grande do que uma livraria assim?

Um pouco da Livraria Jinkings, hoje extinta. Lamentável realidade em Belém(PA)  - Reprodução da foto encontrada no blog do Luiz Leite
A gratidão potencializa a saudade....- Tenho, entretanto, uma vontade incontida de recordar como era o tempo em que as livrarias eram pequenas e muito próximas do leitor. Lá em Belém, por exemplo, eu ia frequentemente à Livraria Jinkins, que funcionou durante décadas, ali na Rua dos Tamoios, nº 1592, em Batista Campos. Veja o que melancolicamente informa sobre a querida livraria o Luiz Leite. Do saudoso lugar tenho na memória de universitária uma informação preciosa: o proprietário concedia um crédito incomum ao estudante. Sabe como? Bastava mostrar a carteira estudantil da universidade. Eu? Comprei em suaves parcelas os livros( não disponíveis na biblioteca da UFPA), mas necessários ao meu curso de Letras, lá na Jinkings, sob o aval do idealista livreiro Raimundo Jinkings. Outros tempos, sem dúvida.

Desde 1992, quando desembarquei na capital paranaense, não conheci outra livraria, exceto a do grupo Curitiba, mas depois passei a frequentar a Saraiva e, agora, mais recentemente a poderosa Cultura. Sem discussão alguma, é ótimo contar com opções que circulam no trânsito da competitividade no ramo livreiro, pois quem ganha em alternativas é o leitor exigente.

Como fazem os leitores? Fico aqui imaginando como deve ser difícil viver em uma cidade sem uma livraria, ao menos de livros usados. Reunir tais dados de ausência ( ai, ai, ai minha nossa senhora dos livros bem manuseados! ) remeterá certamente às bibliotecas públicas e a sua imprescindível presença, o que será tema para outra blogconversa.  

Até a próxima!

2 comentários:

  1. Oi, Doralice,

    Isto de as grandes redes livreiras "engolirem" as pequenas livrarias é um fenômeno mundial, não é verdade? Mas as redes têm as suas comodidades e o seu charme, enquanto que as pequenas livrarias têm o espírito que nos toca o coração. Aqui em minha cidade este assunto já rendeu até matéria de jornal, rsrs.

    Beijo

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  2. Certamente é um fenômeno mundial, querida Marly. O leitor é um consumidor guloso e busca a sua melhor serventia. Eu gosto das livrarias bem poderosas, mas você bem lembrou; " as pequenas livrarias têm o espírito(...)"

    Hoje? Lembrei muito da Livraria Jinkings; ela guardou a passagem da estudante que eu fui. O livreiro Jinkings era a alma daquele local.

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