terça-feira, 29 de junho de 2010

Arquitetura e educação pública

No ano passado, diante da distância geográfica, pedi ao ilustrador Sérgio Bastos que fotografasse para mim os dois locais bem queridos da minha infância estudantil, em Belém: o Grupo Escolar Barão do Rio Branco e o Grupo Escolar Vilhena Alves, ainda em funcionamento, mas com o nome de escola estadual de ensino fundamental, expressão ora vigente em território nacional.

Com grata surpresa, em pouco mais do que uma semana, recebi a alegre notícia, via correio eletrônico:

“Doralice
Anexo duas fotos do Barão do Rio Branco e duas do Vilhena Alves. Apesar das condições para fotografar não serem as melhores (colégios fechados, falta de espaço, árvores, desconfiança dos funcionários e greve dos professores) acho que consegui fazer fotos que pelo menos te dêem uma idéia de como as escolas estão hoje.

Acho que o Barão do Rio Branco dá um bom desenho, mas ainda vou avaliar. Quem sabe uma série sobre colégios de Belém?
Abraços.
Sergio Bastos”

Ícones da memória escolar - As imagens falam por si. A dupla de fotos, caro leitor, exibe amostras do conjunto arquitetônico do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, localizado à Av. Generalissimo Deodoro, no coração do bairro de Nazaré. Tenho certeza de que o meu amigo, o professor Jarbas Novelino, do Boteco Escola, pesquisador apaixonado pelo tema, apreciará bastante os registros aqui, ora disponíveis, graças à gentileza do Sérgio Bastos.

Ao olhar as linhas arrojadas do antigo prédio do Barão sinto saudades da infância. Estudei lá os dois primeiros anos do curso primário. Diariamente eu e  uma das minhas irmãs empreendíamos um trajeto de minha casa, localizada no Umarizal, até à escola. Levávamos cerca de 15 minutos nessa caminhada até ao Grupo.

Seguíamos de uniforme escolar composto de saia de pregas de cor azul marinho, blusa de algodão branco com bolso do lado esquerdo identificando o nome da escola. Nos pés os sapatos de cor preta e meias brancas; nas mãos tínhamos a pasta com elásticos que protegia os nossos cadernos, a tabuada, lápis, apontador e a borracha, materiais que eram suficientes para acompanhar as explicações das professoras. Imagens gravadas na boa companhia da memória, infelizmente sem nenhuma fotografia.

Boas lembranças - Além da figura da professora Aurélia Camargo, que acompanhou a minha turma nos dois primeiros os anos, as recordações dessa época são da hora do recreio, quando recebíamos porções de leite morno, na cantina que  ficava do lado direito do edifício querido. Eu costumava levar um pedaço de pão com manteiga e quase sempre uma banana para complementar a merenda -  uma vez que em casa as tínhamos em fartura, compradas pelo meu pai, na hora da viração(quando se arremata os produtos pelo menor preço) que ainda acontece no Ver-o-Peso, ponto de referência na compra de produtos alimentícios in natura.

Mais fotos posteriormente -Em ocasião oportuna exibirei aqui as fotos do Vilhena Alves, mas recentemente pedi em comentário no blog da Franssinete Florenzano, amiga blogueira, que cutucasse as autoridades responsáveis pela manutenção e conservação não apenas dos espaços escolares, mas também dos cuidados necessários à oferta de educação pública eficiente à criança e ao jovem do meu estado de origem. A conferir.

                                                        Qual a lembrança mais nítida do prédio que abrigava a escola dos seus primeiros anos, caro leitor?

O meu desejo - Gostaria de poder reunir depoimentos e imagens. Interessado? Encaminhe fotografias e dados de localização para o meu endereço eletrônico profissional, abaixo indicado. Quem guarda esses registros e os compartilha ajuda a preservar a memória da arquitetura escolar pública nacional. Tomara que ao menos 1 dos meus 22 seguidores aprove a ideia e interaja com o tema de hoje. Segue o endereço para o envio das informações: casadalinguagem@uol.com.br

Até a próxima!

6 comentários:

  1. Olá, lembro da escola onde estudei 12 anos, com saudades, o prédio continua extamente igual, exceto pelas grades de segurança que instalaram por toda a volta para evitar vandalismo, tão comum nas escolas públicas de SP e acredito que ai no PR também. O prédio de 2 andares, com salas voltadas para as quadras esportivas, e ao lado da escola existe um parque municipal com muito verde, na época que eu estudava não era parque somente uma mata nativa. Escola Prof. José Altenfelder Silva na Vila Aparecida Ivone em São Paulo, Zona Oeste, divisa com Osasco.

    ResponderExcluir
  2. Ficaria muito grata se você pudesse fotografar esse prédio escolar, Valdir; acredita ser possível compartilhar o registro comigo?

    Obrigada pelo comentário.

    ResponderExcluir
  3. Vou fazer as fotos, Profa, só uma dúvida:
    Qual o formato de arquivo - e tamanho - devo mandar?

    ResponderExcluir
  4. O formato? JPEG; fique à vontade quanto ao tamanho, porque o Blogspot permite editar fotos de tamanhos diferentes. Farei a redução para pequeno ou médio, caso assim deseje na hora de editar a postagem.

    Grata pela adesão ao meu pedido, Adhemar; será ótimo avistar a sua contribuição.

    ResponderExcluir
  5. Olá Doralice,
    Sou coordenadora da EEEFM "Barão do Rio Branco" e fico feliz com as demonstrações de carinho dos antigos alunos. No entanto, sinto pela falta de compromisso das autoridades.
    Em 10 de março de 2012, nosso escola completará cem anos (como "Bãrão do Rio Branco", porém as condições de nos mantermos neste prédio estão cada vez mais difícies).
    Pensei na possibilidade de fazermos um evento com a participação de ex-alunos e tentar mobilizar para melhorar as condições do prédio. Não sou ex-aluna e cheguei à escola apenas em 2008, porém tenho um carinho imenso pelo prédio e um amor incondicional pela educação.

    ResponderExcluir
  6. Conte comigo. No que posso ajudar? Sinto enorme satisfação em colaborar nessa mobilização necessária;por favor, envie e-mail para o meu contato araujodoralice@hotmail.com. Planejaremos algo para mobilizar ex-alunos e festejar o centenário do meu querido Grupo Escolar Barão do Rio Branco, além de avistarmos os resultados das providências necessárias à manutenção do prédio escolar.

    A escola mantém um blog? Coloque-me em contato com o professor de informática e uma das professoras de língua portuguesa, por favor.

    Minha mãe faz aniversário no dia 11 de março, portanto, conte com a minha presença em Belém. Aguardarei o seu contato, prezada coordenadora.

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails