Diga lá! - Caso o seu filho ou filha, namorado ou namorada, neto ou neta ou estudante conhecido viesse todo prosa contar que gostaria de estudar para ser professor qual seria a sua reação?
( ) Ficaria indignado e tentaria demover a criatura dessa ideia.
( ) Aplaudiria, mas recomendaria um suporte financeiro paralelo.
( ) Abraçaria a criatura e ficaria em silêncio obsequioso, afinal a escolha profissional é individual.
Nenhum candidato - Nos dois últimos anos eu não recebi no meu curso de redação nenhum aluno interessado em ser professor; não foi novidade, mas sempre espero que um jovem expresse essa vontade que nos aproximará da vida profissional, porém é frustrante acompanhar o enterro do atrativo à profissão. Segundo as notícias alardeadas pela imprensa os coreanos já resolveram a questão e colocaram robôs na sala de aula, mas o meu caro colega Jarbas Novelino descobriu que "Os robôs ensinantes da Coréia s professores filipinos, muito+baratos; leia a informação precisa .
Avistar o nome na lista dos que disputarão as vagas na UFPR; será que para uma carreira docente?"Nããããão, de jeito nenhum!"- Curitiba, Praça Carlos Gomes, dez. 2010 |
Habilidades requisitadas - Um candidato à carreira docente não poderá jamais ser um mau leitor, um intérprete confuso, um sujeito que não sabe concatenar as ideias e incapaz de inferências conceituais elementares sobre o universo das informações. A formação docente é um caso sério para a nova presidente e os governadores brasileiros; o tempo dirá se será regida com a austeridade necessária, sem os populismos habituais na educação pública .
Um nó pedagógico - Governantes não gostam de educadores e nem de professores competentes; se gostassem enfrentariam a guerra de conceitos e de estrutura: autorizariam uma seleção rigorosa aos ingressantes à carreira docente e não permitiriam que alguém formado rasteiramente em Pedagogia tivesse para si a incumbência exclusiva de ensinar crianças a ler, a escrever e a efetuar as continhas matemáticas. Os professores das primeiras séries deveriam receber formação qualificadíssima, afinal, eles acompanham a base escolar da criança. Não é mais possível tolerar improvisações nessa formação docente.
Salário decente - Quanto ganha um professor? Você sabe? Eu não sei. Quando leio as informações nos jornais elas nunca estão suficientemente claras; fico sempre a buscar um quadro comparativo entre os salários municipais e estaduais, mas não encontro um mapeamento esclarecedor em nenhum jornal ou revista. Quero saber.
Quem quer mudar? - Mudanças educativas são estruturais; poucos têm determinação para enfrentá-las. Governantes, inábeis no trato do tema, têm medo do compromisso sério. A criança e o jovem da escola pública são as vítimas dos planos nacionais, gestados nos gabinetes ministeriais, sem a escuta séria das bases regionais. Grandes problemas.
Imperdíveis leituras - Estou ainda digerindo as imperdíveis notícias que li recentemente; elas estão nos links a seguir: Paradoxo Nativo, de Vladmir Safatle, na Carta Capital e Ministro Fernando Haddad vai apresentar..., de Demétrio Weber, no jornal O Globo, de 3 de janeiro de 2011. Ótimas reflexões para acompanhar de perto as ações ligadas à educação pública.
Até a próxima!
Ser professor é [ou deveria ser] antes de tudo atendimento a uma vocação.
ResponderExcluirMas nenhuma vocação pode prosperar e sobreviver se não for [num país capitalista] adequada e atrativamente remunerada.
Assim, nenhuma reforma ou melhoria será tão eficaz na atração de bons talentos -- em quantidade, e não apenas em qualidade -- ao professorado quanto uma significativa melhoria dos padrões salariais. Falo, especialmente, daqueles dedicados ao ensino básico e médio nas escolas públicas.
Com bons salários -- mas não só --, as coisas iriam, aos poucos, entrando nos eixos...
A remuneração digna do professor precisa ser o grande atrativo indiscutível no panorama educacional brasileiro, Alex; oferecer condições estimulantes aos que de fato têm vocação e competência ao magistério. Concordamos nisso, não é mesmo? Como viabilizar essa dupla na sala de aula é o grande desafio aos que batem a cabeça no ministério, mas não ouvem as bases regionais e nem os maiores interessados, ou seja, o professor e o aluno da escola pública.
ResponderExcluirAdorei o seu retorno ao Na Mira; tenha um ótimo 2011.
Fico muito triste em ver quão desvalorizada, em geral, está a carreira de professor. Sou muito grato aos meus professores, particularmente do ensino fundamental, que me deram o impulso da responsabilidade de estudar.
ResponderExcluirEu pretendo ser professor sim, mas universitário. Algo que eu tenho vontade é depois de ganhar experiência, dar aulas em engenharias.
Alias, o ultimo edital que eu vi na UTFPR o salario dos professores eng. estavam pouco mais 4mil e 6mil para os com mestrados ou doutorados, respectivamente.
Só pra concluir, Feliz Ano Novo Dora! Abrass
Assumir o magistério nas salas da graduação e da pós-graduação é outra alternativa como você bem percebeu, Giovane. Exigirá não apenas a formação específica(no seu caso voltada às engenharias), mas também uma formação pedagógica complementar, nem sempre questionada nos trâmites da seleção e contratação nas instituições de nível universitário. Boa sorte, prezado estudante.
ResponderExcluirA opção pelo magistério básico( fundamental/médio) está em outro plano, ou melhor, em outros: no oportunismo, na entrada fácil aos cursos de licenciaturas, na aceitação servil de um trabalho mal remunerado e na absorção de profissionais desqualificados à função docente. Faz-se urgente, portanto, uma reavaliação de tudo, caso os nossos governantes desejem tornar a carreira do professor atrativa.
Obrigada pela visita; retribuo alegremente os bons votos de um 2011.