Hoje, nem sei o porquê, acordei com vontade de lembrar das boas influências dos professores nas minhas atividades de professora de redação. Talvez... porque ontem atendi a um número considerável de alunos interessados no aprimoramento do texto dissertativo. Muito bom. A procura e a oportunidade da prestação do serviço deixam esta professora bem satisfeita. É o trabalho chamando e permitindo a troca satisfatória de intenções. Todos saíram da sala com tarefas de escrita e contam com o meu acompanhamento via internet, ao lado da ajuda interativa nas aulas presenciais.
Lembranças de estudante - Não há, entretanto, relevâncias na minha memória de estudante do ensino médio, exceto a forjada pela figura do professor José Arthur Bogéa, que trabalhou com a minha turma, no curso de magistério que funcionava no Instituto Estadual de Educação Deodoro de Mendonça, lá no Pará.
Todo o mérito da boa direção didática, no entanto, vai para as inesquecíveis professoras Aurélia Camargo, Celina Tobias, Noêmia Leitão e Tomásia Fernandes, saudosas mestras do antigo curso primário, hoje equivalente ao ensino fundamental. Foi com elas que aprendi a gostar de “concatenar as ideias na redação”. Boa base, prezado leitor.
Na graduação em Letras encontrei exigentes examinadores do texto, embora nunca tenha deles recebido lições de escrita, exceto do professor Meirevaldo Paiva, participante ativo da página cultural de um jornal paraense e sempre lembrado com saudade e carinho pelos seus ex- alunos.
Mais tarde, na pós-graduação, visualizei a reflexiva e abundante escrita oferecida em livros e nas aulas dos professores Rubem Alves, Ezequiel Teodoro dos Santos, Wanderley Geraldi e Dermeval Saviani, mas foram, sem dúvida alguma, os livros de variada autoria e gêneros encontrados nas bibliotecas públicas que visitei e emprestei farto material, as colunas assinadas nos jornais e a troca familiar intensa de leitura que ajudaram a moldar o meu prazer pela escrita.
O professor escreve, também - É preciso dar o exemplo do que se teoriza; meus alunos têm a prova diária de que escrever é uma sequência de ações decorrentes da atitude de ler e estabelecer propósitos comunicativos. A teoria ajuda, mas sem a prática nenhuma lição vai adiante. O blog e ações interativas de escrita com os jornais e revistas são provas do que penso e ofereço aos meus alunos. Professor de redação precisa escrever, caso contrário acontecerá uma enorme contradição, concorda comigo, leitor?
Perguntas básicas - Você consegue recordar com nitidez de algum professor ou professora de redação? Será que pode descrevê-lo(a) aqui? Quais as habituais atitudes que tomava diante do propósito de ajudar aos alunos diante da folha em branco? Ainda recorda do nome desse professor(a)?
Sugestão: não deixe de clicar nos links indicados acima; eles abrem informes sobre as minhas lembranças estudantis e referendam o tema da postagem de hoje.
Gostou do bolinho, feito com massa americana, em destaque na foto? Foi obra e graça gentil do Marcelo Katsuki, em "Dê um bolo no dia do profe!", no blog que ele mantém na Folha. Vai demorar um pouco para abrir a postagem indicada, uma vez que a página é carregada de gostosuras, mas mantenha a paciência e valerá o tempo dispendido.
Até a próxima!
Alí pelo Largo da Ordem
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Ontem à tarde na região do Largo da Ordem, tem os que confraternizam, os
que abraçam, os que desenham, os que fazem um som e os que curtem isso...
Há 3 semanas
Cara Doralice,
ResponderExcluirNão tenho muito tempo para elaborar um crônica sobre o assunto. Mas quero deixar aqui um registro.
Estávamos no terceiro ano do antigo ginásio. Estudávamos análise sintática. Um porre. A classe inteira odiava a matéria.
Um dia entra na sala um novo professor, Agustinho Belmonte, frade agostiniano e um dos primeiros formandos em letras pela PUC/RJ. Sujeito simpático, meio irônico, boa praça. Na primeira aula, ele colocou no quadro uma estrofe do hino nacional. E disse: analisem este texto. Comoção geral. A gente não sabia por onde começar, nem o que fazer. Nosso hino é um desafio e tanto em termos de análise.
Agustinho foi nos mostrando o que fazer. Com clareza, com paciência, com simpatia.
Nas aulas seguintes enfrentamos outras pedreiras. Quase sempre textos enrevezados. Mas, cada vez mais, conseguíamos analisá-los com muita segurança. Agustinho tinha extrema sensibilidade para nos ajudar a desenvolver nossas capacidades de entender a estrutura do discurso.
Em pouco tempo, começamos a achar que análise sintática era muito fácil. Além disso, para nós ela era um jogo lógico que nos dava muito prazer. Quanto maior o desafio, maior o nosso entusiasmo.
Hoje, recordando as aulas do Agustinho, um dos melhores professores que tive nos meus vinte e três anos de bancos escolares, sinto que ele nos ajudou a ser senhores de nosso idioma. O que aprendemos com ele não foi análise sintática. Foi a certeza de que éramos capazes de desmontar qualquer discurso para conhecer sua estrutura, seu sentido, suas intenções. Como disse, com ele aprendemos a ser senhores das palavras, tanto nossas como de qualquer autor de nosso idioma.
Não me lembro de detalhes sobre aulas de redação com o Agustinho. Sei que aprendemos muito com ele. Em minha memória ficou uma lembrança importante: Agustinho fornecia feedbacks muito claros sobre nossas obras escritas. Mostrava caminhos e formas de melhorar cada vez mais nossos textos.
Obrigada, Jarbas; a sua honrosa visita é motivo de alegria para mim. Que ótimo depoimento sobre o professor Agustinho.
ResponderExcluirEstou reunindo alguns registros fotográficos dos antigos grupos escolares, tanto de Curitiba, quanto de Belém; brevemente eles alimentarão com vigor a sua pesquisa sobre arquitetura e educação, prezado amigo.
Oi Doralice!
ResponderExcluirPôxa vida...não tenho nada de festa junina...é um furo no meu portfólio...rs
Adoro essa época tbem...comidinhas de festa junina perto da fogueira é bom demais!
Um grande abraço,
Soninha
Obrigada pelo informe, Soninha; quem sabe qualquer hora você prepara alguma ilustração junina...
ResponderExcluirMinhas lembranças estudantis já vão longe, a contar dos anos 50, inicialmente no velho Grupo Escolar Fulgêncio Simões, em Alenquer-PA. Não recordo nomes das professoras, mas consigo recordar das aulas de Português, do caderno de caligrafia e dos "ditados" em sala de aula.
ResponderExcluirDe toda minha vida de estudante, as maiores e melhores lembranças são da minha época do Ginásio Dom Amando, em Santarém-PA, onde construi o alicerce do que sei hoje, onde realmente o aprendizado não se limitava aos currículos escolares, eis que a preocupação da direção do colégio era a formação do carater do aluno.
O velho casarão do Dom Amando permanece até hoje, imponente e grandioso, a continuar a forja de cidadãos sensibilizados com os tempos que vivemos.
Como eu gostaria de uma bela foto do casarão do Dom Amando, Onizes; será que conseguirias um registro panorâmico desse tradicional colégio, meu irmão? O do Fulgêncio Simões, também. Eu os incluiria em livro com os devidos créditos.
ResponderExcluirLembranças estudantis são fatias da vida que nos ajudam a contrastar tempos muito bons.Obrigada pelo depoimento, bem centrado no tema da postagem.