domingo, 11 de agosto de 2013

A emocionada "visita à casa paterna" e a saudade


Sinto-me voltando para casa quando estou na amazônica Belém- Praça do Relógio, arquivo pessoal

Espero que o leitor ou leitora não hesite em abraçar aquele a quem chamam de papai. Eu? Há muito não tenho mais o meu por perto; ele faleceu quando eu ainda era uma mocinha. Agora? Resta apenas a saudade e as lembranças cheias de carinho e da atenção inesquecível; quando passo as desejadas temporadas em Belém é como um voltar para casa, por isso o poema de Luís Guimarães Júnior, transcrito abaixo, é um porta-voz emocionado do sentimento bem conhecido que eu sinto.
 
        Visita à casa paterna
Como a ave que volta ao ninho antigo,
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo. 

Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, - olhou-me, grave e terno,
E, passo a passo, caminhou comigo. 

Era esta sala... (Oh! se me lembro! e quanto!)
Em que da luz noturna à claridade,
minhas irmãs e minha mãe... O pranto 

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade. 

(Luís Guimarães Júnior)

Até a próxima!

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