terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A popularização dos gêneros; inclusive, o poético!


Sugestão: popularizar as diversas formas de expressão, inclusive a poética. Ler é atribuir sentido; muitos estudantes não conseguem - arq. pessoal
Estudantes do ensino médio e aspirantes a uma das vagas nas universidades concorridas costumam temer as propostas que exigem análise poética

- E ainda bem que são raras! É o que costumam dizer os vestibulandos que chegam aos meus Encontros Marcados com a Redação. Não é de hoje, entretanto, que recomendo aos jornais e revistas a popularização dos diversos gêneros, mesmo sob o destaque ao texto jornalístico objetivo, mas raramente encontro poemas nos cadernos culturais ou como apoio comum ao discurso rotineiro. Exigir do estudante a familiaridade com modelos textuais requer a convivência escolar com todos eles.

O menino poeta
não sei onde está.
Procuro daqui,
procuro de lá.
Tem olhos azuis
ou tem olhos negros?
Parece Jesus
ou índio guerreiro?
Trá-lá-lá-lá-li 
trá-lá-lá-lá-lá
Mas onde andará
que ainda não o vi?
Nas água do Lambari,
nos reinos do Canadá?
(...)
O menino poeta
quero ver de perto
quero ver de perto
para me ensinar
as bonitas cousas
do céu e do mar.
( O menino poeta, Henriqueta Lisboa ) -  Não é, entretanto, qualquer frase dita pelo versejador como poética que chama a minha atenção, meu caro leitor. É necessário muito engenho e arte para elaborar versos e escrever um poema, seja ele um soneto ou conjunto de frases que transmitam algo de modo incomum, porém contagiante de emoção. Jorge de Lima, Cecília Meireles, Drummond, Ledo Ivo, Fernando Pessoa, T.S. Eliot, Verlaine, Rilke, Walt Whitman, Edgar Allan Poe, Thiago de Mello, João Cabral, Ferreira Gullar, entre outros que a memória sempre faz emergir são exemplares.

Não fico surpresa com o temor dos vestibulandos, mas se a proposta de redação incluir uma paráfrase ou análise objetiva de um poema antigo ou modernoso, a moçada estremece e hesita muito insegura diante da exigência. Ensinar a ver de perto as bonitas cousas do céu e do mar não é para qualquer um. É para poetas. Editores dos cadernos culturais, professores de literatura e pais leitores podem ajudar a emergir a página poética brasileira e a internacional, também, mas é necessário querer e bem selecionar exemplos. 

Caso o leitor veja um bem composto poema publicado em jornal  da sua cidade, por favor, indique a direção; faça bom uso da caixa de comentários. Quero destacar no NaMira a iniciativa.

Até a próxima!

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