segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A verticalização das cidades; uma reflexão oportuna, vestibulando!


A casinha no destaque é como "um peixe fora da água", ali na Rua Martin Afonso - Bigorrilho, Curitiba, 2012
Será que os candidatos às vagas da UFPR, que tem a sua prova de redação marcada para o próximo domingo, já refletiram sobre a questão da verticalização das cidades? É um tema interessante para nutrir uma proposta de redação; se eu fosse vestibulanda, ah não deixaria de ler alguns textos sobre a crescente substituição das casas térreas pelos prédios. 
Sugestão de leitura -  Para saber mais sobre o tema: Verticalização atinge todo o País...( Estadão) e Verticalização: entenda os contrastes urbanísticos entre Manaus e Belém ( Portal Amazônia)

crescer e morar em casa? Uma experiência privilegiada para alguns brasileiros- Verticalização em questão -  Bom Retiro, Curitiba- arq. pessoal 2012

Participe, leitor! - Gostaria de poder ler comentários de um quarteto de pessoas: as tecnicamente afeitas à área da construção civil e arquitetura, as que lidam com a preservação da memória arquitetônica, as que sairam de uma casa para morar em apartamento e as que são testemunhas oculares e observam a derrubada das edificações para que estas deem lugar à verticalização das nossas cidades. Antecipadamente agradeço as colaborações que chegarem ao NaMiradoLeitor; os jovens vestibulandos certamente terão muito a aprender com a reflexão mais adulta e notadamente crítica sobre o tema.

Até a próxima!

3 comentários:

  1. A verticalização é um processo urbanístico de reformulação econômico-organizacional, onde devido à crescente valorização de determinadas áreas, e em decorrência da procura pelas mesmas, surge como resposta à necessidade de sobreposição de pavimentos, e há um acréscimo do adensamento populacional; posto em perspectiva, resulta em mais pessoas ocupando o mesmo espaço, o mesmo solo, que fica ainda mais valorizado.
    Trata-se de um efeito circundante de cunho econômico, como tudo o que rege nossa sociedade, onde a parcela de solo mais valorizada é alvo de especulação e procura imobiliária, resultando numa maior procura e crescimento populacional, o qual estimula e agrega ainda mais valor ao solo já valorizado, iniciando e repetindo o ciclo.
    O processo de verticalização é um problema e uma solução em si mesmo, visto que mesmo em países com enormes extensões territoriais, como o Brasil, as pessoas tendem a buscar um bom posicionamento urbano, aquele que melhor atende às suas necessidades mais primordiais: saúde, segurança e educação; somado aos problemas de transporte urbano, resulta numa maior concentração de pessoas num determinado lugar. Sim, podemos considerar que o maior valor que um imóvel possui é a sua localização.
    Teorias urbanísticas de Le Corbusier, de verticalização à exaustão, abandonadas no fim de sua vida por ele mesmo, estão sendo resgatadas visando soluções emergenciais, como o caso de Paris, a qual não comporta mais a sua população, criando guetos e cortiços dentro do próprio supervalorizado tecido urbano.
    Enquanto cidades antes horizontais, que cresciam na forma de uma mancha viscosa de óleo, vagarosamente observando uma expansão em suas bordas, experimentam uma nova forma, verticalizando os centros ou os bairros mais valorizados, diminuindo os gastos que surgem em decorrência da expansão das periferias. Gastos como asfalto, transporte público, saneamento básico e energia elétrica, além de creches, postos de saúde e postos policiais, os ‘Planos Diretores’ dos municípios fomentam o crescimento vertical em regiões interessadas, visando uma economia e ‘enxugamento dos custos da máquina pública’.

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  2. Metrópoles regionais com alto índice de ocupação afetam de diversas formas e maneiras uma urbe e sua população, um planejamento de diretrizes é imperativo! As formas de urbanismo livre e especulativo já foram experimentadas por diversas sociedades e capitais em meados do século XVIII e no início do século XIX, com resultados nefastos e avassaladores como epidemias e pestes de proporções dantescas, as quais deram origem aos inúmeros ‘códigos sanitários’ espalhados pelo mundo e que Oswaldo Cruz ajudou a instituir no Brasil.
    A verticalização é um fenômeno urbano histórico, já foi registrada na Roma imperial, de 2000 anos atrás, através de construções muitíssimo avançadas para sua época, os ‘cubiculum’, os ‘triclinium’ eram situados em ‘condominium’, edifícios que compreendiam diversos proprietários situados ‘uns sobre os outros’ (verticalizados) e que dispunham de áreas próprias e áreas comuns, que deram base para todas as normas regulamentadoras de condomínios que temos nos dias de hoje, inclusive no Brasil.
    O assunto é muito vasto, compreendem profundas e apaixonadas discussões sobre urbanismo, sua história e suas consequências, sem mencionar o dilema sustentável, que sem um responsável e consciente arquiteto e urbanista, tende a arrazoar nossa forma de viver em sociedade.
    Certamente o assunto pauta para vestibulandos além de ser garantia para teses em mestrado e doutorado em inúmeras universidades, compreende o mais apaixonado estudo sobre tipologia em residências contemporâneas, agrega partidários em soluções para organizações complexas de modalidade interdisciplinar, como edifícios de uso misto, onde existem tipologias residenciais, comerciais, empresariais, corporativas e de serviços, todos juntos, num só lugar, criando um novo minicentro e, replicando discussões sobre esse processo urbanístico, marca de nosso tempo.
    Sugestões de leitura:
    http://super.abril.com.br/tecnologia/cidade-vertical-486734.shtml
    http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,verticalizacao-atinge-todo-o-pais-e-1-em-cada-10-brasileiros-ja-mora-em-predios,742856,0.htm
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Verticaliza%C3%A7%C3%A3o_(urbanismo)

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    Respostas
    1. Gratíssima pelos comentários, assim como pelos links indicados, prezado Marcelo. Quando avistei a sua contribuição, imediatamente pensei: ah...a conversa sobre Verticalização ganhou mais valor! A visão urbanística reflexiva de um arquiteto é muito valiosa.


      Você trouxe inúmeros pontos que eu desconhecia; transformarei os seus comentários em postagem oportuna.

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