quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A Verticalização urbana, segundo o arq. Marcelo Lorenzati



Solicitei comentários contribuitivos ao tema da Verticalização urbana e transcrevo abaixo a Parte 1 do que  gentilmente explicitou ao Na Mira do Leitor o arquiteto Marcelo Lorenzati, um dos editores de O Lápis Verde. Acompanhe a explanação que ele fez:
 
A verticalização é um processo urbanístico de reformulação econômico-organizacional, onde devido à crescente valorização de determinadas áreas, e em decorrência da procura pelas mesmas, surge como resposta à necessidade de sobreposição de pavimentos, e há um acréscimo do adensamento populacional; posto em perspectiva, resulta em mais pessoas ocupando o mesmo espaço, o mesmo solo, que fica ainda mais valorizado.

Trata-se de um efeito circundante de cunho econômico, como tudo o que rege nossa sociedade, onde a parcela de solo mais valorizada é alvo de especulação e procura imobiliária, resultando numa maior procura e crescimento populacional, o qual estimula e agrega ainda mais valor ao solo já valorizado, iniciando e repetindo o ciclo.


O processo de verticalização é um problema e uma solução em si mesmo, visto que mesmo em países com enormes extensões territoriais, como o Brasil, as pessoas tendem a buscar um bom posicionamento urbano, aquele que melhor atende às suas necessidades mais primordiais: saúde, segurança e educação; somado aos problemas de transporte urbano, resulta numa maior concentração de pessoas num determinado lugar. Sim, podemos considerar que o maior valor que um imóvel possui é a sua localização.


Teorias urbanísticas de Le Corbusier, de verticalização à exaustão, abandonadas no fim de sua vida por ele mesmo, estão sendo resgatadas visando soluções emergenciais, como o caso de Paris, a qual não comporta mais a sua população, criando guetos e cortiços dentro do próprio supervalorizado tecido urbano.


Enquanto cidades antes horizontais, que cresciam na forma de uma mancha viscosa de óleo, vagarosamente observando uma expansão em suas bordas, experimentam uma nova forma, verticalizando os centros ou os bairros mais valorizados, diminuindo os gastos que surgem em decorrência da expansão das periferias


Gastos como asfalto, transporte público, saneamento básico e energia elétrica, além de creches, postos de saúde e postos policiais, os ‘Planos Diretores’ dos municípios fomentam o crescimento vertical em regiões interessadas, visando uma economia e ‘enxugamento dos custos da máquina pública".


(Continua...)
 
Até a próxima!

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