sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

As palavras são indispensáveis

                                                       Na casa das palavras...chegavam os poetas. As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as olhassem, as cheirassem, as tocassem, as provassem. Os poetas abriam os frascos, provavam as palavras com o dedo e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os poetas andavam em busca de palavras que não conheciam. E também buscavam palavras que conheciam e tinham perdido.

(Eduardo Galeano, A Palavra)


Um dos vestibulandos do ano passado imerso no mundo das palavras - Encontros Marcados com a Redação, 2010 - Arquivo pessoal

Vocabulário passivo e ativo - Você já reparou que pela falta do emprego refletido as palavras perdem a dinâmica? Quase desaparecem. Muitas vezes eu as levo a passear comigo. Sabe como? Eu as conduzo aos cadernos de redação dos meus alunos ou aqui nas postagens ou no objetivo Twitter. Quer exemplos? Arregimentação, ética, convergência, articulação, encadeamento, justaposição,contradição, entre outras que os estudantes agarram e passam a utilizá-las não apenas na escrita, mas na conversa rotineira. Logo, bem depressa, elas saem a passear com eles, também. É assim que as palavras ganham mais vida.

Listas...- Outra: gosto de estimular a elaboração de conjuntos temáticos com as palavras; ajuda demais a aumentar o vocabulário das crianças e dos jovens. Por exemplo, pedir que elaborem  listas alegres, sombrias, de esperança, de amor, de trabalho, de expressões idiomáticas, da gastronomia, da vida estudantil, além de outras que a imaginação do professor atento pode aumentar. Atacamos, assim, três frentes: a do campo semântico, a da ortografia e a do vocabulário passivo e adormecido, louco para entrar na composição de pequenas frases, períodos e parágrafos concatenados. O sucesso é grande; eu garanto.

Os poetas, caro leitor, trabalham com as palavras, assim como o professor, o jornalista, o advogado, o edublogueiro e toda a gente que escreve e compartilha ideias. Será que as buscamos, quando desconhecidas? Trazemos ao texto a diversidade das palavras ou preferimos a repetição empobrecida? Não sei não... vejo que é comum deixarmos algumas palavras perdidas na memória ou na caixa do esquecimento, tal como bem adverte acima o uruguaio Eduardo Galeano.

Até a próxima!

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