Lobos travestidos de cordeiros

É quase impossível ficar quieta, sem compartilhar pitacos com o leitor. Explico: não tenho partidos e nem candidato à presidência, porque nenhum deles oferece ao eleitor a integridade desejada ao cargo mais notável da escala administrativa do Brasil. Estou incomodada, entretanto, com a bajulação, o cantar de vitória diante dos resultados das pesquisas de intenção de votos do eleitor, assim como da aversiva panfletagem partidária.

Virtudes humanas - Como outorgar o poder a quem quer que seja sem temer a má escolha? Apenas quando se é partidário. Exatamente adepto, ferrenho e apaixonado eleitor. Eu não estou assim. Nenhuma das alternativas oferecidas ao eleitor brasileiro obliterou a minha capacidade de exigir as virtudes advindas da integridade humana.

Experimente ouvir atentamente a cantoria dos repentistas; eles são os trovadores urbanos que usam da ironia para evidenciar a mentira dos políticos e o engodo patrocinado na sociedade - Curitiba, Calçadão da Boca Maldita, agosto 2010

Penso que o fato de ser uma professora autônoma, sem vínculos corporativos ou subserviência a qualquer tipo de apoio político municipal, estadual ou federal usufruo da plena liberdade para não admitir panfletagem na minha página, tanto aqui, quando ali, no Twitter. Com certo pesar tomei a decisão de bloquear seguidores que tentam ou panfletam politicamente no meu espaço virtual, porque não posso ser incoerente e nem admitir a subserviência corporativa.  

Lobos travestidos de cordeiros - Uma pessoa íntegra não precisa de propaganda; ela age no Bem. Eu não confio em políticos que se transfiguram em cordeiros, quando o país todo tem consciência de que não passam de oportunistas patrocinados pelo continuismo. Um cargo político, seja de vereador, deputado, senador, prefeito, governador ou presidente atrela muitas vantagens. Nenhum profissional acumula em tão pouco tempo tantas benesses, daí a corrida frenética para buscar a mamata patrocinada com o dinheiro público.

Criteriosa delimitação -Queria ver se a atividade política fosse voluntária e apenas homens e mulheres no auge da maturidade profissional e existencial pudessem ser indicados à candidatura. Queria ver se irresponsáveis, inconsequentes, vilões e oportunistas teriam a mínima disposição de pleitear o voto popular.

Homens e mulheres de bem com a vida - Administrar os cofres públicos, servir de exemplo às crianças e jovens, atentar às necessidades coletivas e estabelecer a paz e o progresso à cidade, ao estado, à região e ao país exige criaturas de estirpe moral e preparo humano espetacular. Não é qualquer rapapé que conseguirá seduzir os meus olhos e mente ao voto satisfatório, mas funcionários públicos, oportunistas interessados no prestígio e favores futuros e  incautos eleitores têm os sentidos obliterados à reflexão. Olham apenas o que conseguem divisar, porque estão seduzidos pela cantilena enganosa dos lobos travestidos de cordeiros. Lamentável constatação; você também sente assim?


Até a próxima!