Poty (Napoleão Potyguara Lazzarotto, 1924-1998), ilustrações para A Selva (1.ª edição, 1930; presente edição brasileira, 1967), de Ferreira de Castro (1898-1974) ( dados obtidos no Blog da Rua Nove |
Eu devia este livro a essa majestade verde, soberba e enigmática, que é a selva amazónica, pelo muito que nela sofri durante os primeiros anos da minha adolescência e pela coragem que me deu para o resto da vida. E devia-o, sobretudo, aos anónimos desbravadores, que viriam a ser os meus companheiros, meus irmãos, gente humilde que me antecedeu ou acompanhou na brenha, gente sem crónica definitiva, que à extracção da borracha entregava a sua fome, a sua liberdade e a sua existência. Devia-lhes este livro, que constitui um pequeno capítulo da obra que há-de registar a tremenda caminhada dos deserdados através dos séculos, em busca de pão e de justiça.
A luta de cearenses e de maranhenses nas florestas da Amazónia é uma epopeia de que não ajuíza quem, no resto do Mundo, se deixa conduzir, veloz e comodamente, num automóvel com rodas de borracha - da borracha que esses homens, humildemente heróicos, tiram à selva misteriosa e implacável."
Ferreira de Castro, Pórtico, in "A Selva"
Recomendo - Passe em uma biblioteca, prezado leitor, empreste um volume de A Selva; o tema continua atual. É uma obra que deveria ser incluída no rol de leituras recomendadas aos estudantes da Amazônia e aos interessados em entender as contingências determinantes da vida no vasto território nortista brasileiro. Avante!
Até a próxima!
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