quarta-feira, 19 de maio de 2010

As histórias de quem coleciona itens

Eu moro nos arredores da Praça da Ucrânia, espaço público curitibano que é uma referência nos bairros do Bigorrilho, Mercês e Champagnat. A praça é de todos, principalmente dos feirantes nas tardes e noites de sexta-feira,  dos artesãos aos sábados e durante todas as manhãs dos que leem jornais, dos estudantes que sentam nos bancos para namorar, dos que  ficam ali a passar o tempo, olhar crianças nos brinquedos, mas nos últimos finais de semana, mesmo com a temperatura despencando, tem sido uma cena comum avistar os grupos de colecionadores das figurinhas da Copa, em torno da banca de revista ou acomodados em volta do monumento comemorativo  que dá nome à praça.

Há inegavelmente uma verdadeira febre entre os colecionadores das figurinhas de futebol. Eu soube que num arroubo  de alma ou  só de maldade alguns têm colado de cabeça para baixo as figurinhas dos jogadores da Argentina. Quer detalhes dessa atitude? Leia a coluna do Marcelo Coelho (FSP, Ilustrada, 19/5/2010). Hilária, repleta de informações de época, mas infelizmente apenas para assinantes. Vou pedir ao Marcelo que reproduza a coluna no blog, assim todos poderão rir com as observações do colunista.

Eu já tive coleções de fichas de telefones, quando ainda dispunhamos de modelos diferenciads para fazer chamadas interurbanas nos orelhões. Férias aproveitadas em vários capitais permitiram que eu reunisse fichas da maioria dos estados, mas a minha irmã mais nova foi, aos poucos, acabando com a minha coleção. Hoje gosto de colecionar sombrinhas, mas tenho que cuidar muito bem do meu acervo, porque aqui em casa tenho alguém que pega os meus exemplares e os esquece na escola ou no cantinho do ônibus. São sempre itens irrecuperáveis, ainda mais nesse tempo de chuva. Gosto também de reunir fotografias de leitores absorvidos na leitura, casas interessantes, flores bem populares e espécies áreas em muros ou jardins.


O SIM ou NÃO de colecionar itens - O hábito de colecionar é muito bom; insignificantes são as desvantagens, concorda comigo, prezado leitor? Crianças devem ser incentivadas a adotá-lo, porque ajuda a aguçar o senso de observação, dinamiza a competitividade e instala a construção gradativa de um determinado material ou item afetivamente importante aos que colecionam.



Exemplos - O cartunista Benett colecionava canetas (sem tinta), mas "com a mudança para o novo apê joguei tudo fora", enquanto o contador Valdir Macenco reunia latinhas antigas e embalagens de medicamentos, tipo Vick e outros desconhecidos dos mais jovens, mas anda "sem tempo para colecionar as figurinhas da Copa", embora tenha iniciado a coleção.


Gosto de acompanhar as histórias que acontecem paralelamente ao hábito de juntar itens, lhes dar um formato e atribuir sentidos. Um dos meus cunhados guarda uma coleção espetacular de filmes antigos. Conversar com ele sobre os itens da coleção é ver um par de olhos brilhantes de alegria e aventuras prazerosamente contadas. São histórias de vida real, detalhes de circunstâncias, peripécias incalculáveis e frustrações muitas vezes hilárias.




Quer treinar a escrita? Você coleciona algum item? Tem alguma história curiosa sobre colecionadores? Que tal compartilhar aqui conosco, hein?


Até a próxima!

10 comentários:

  1. Olá, eu coleciono altas de embalagens de balas, cigarros, biscoitos, panetones, alguns medicamentos como o Vick Vaporube, e até de cigarros/cigarrilhas, jogo o conteudo fora é claro. As latinhas são coloridas e tenho algumas mais antigos, aceito doações, prefiro as pequenas, poís as grandes tomam espaço. Figurinhas eu já colecionei quando criança, mas hoje não. Minha filha coleciona carrinhos de ferro de vários modelos e tamanhos, eu gosto de comprar as caminhonetes antigas, temos várias, de tamanhos e cores diferentes, vou tentar postar umas fotos..
    Valdir Macenco, SP/SP

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  2. Legal; mais informes sobre as suas coleções, Valdir. Obrigada.

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  3. Quando eu era mais criança, eu colecionava tudo o que vinha nos chips, desde cartões a figurinhas.
    Depois eu mudei para cartões de telefone. Lembro que trocava com o meu primo os repetidos, com ele consegui uma edição especial do Corpo de Bombeiros que é muito bonita. Ele tinha uns do Japão também que era o orgulho dele, mas nunca consegui um. Meu trauma de infância hehehehe.
    Mas foram bons tempos. Hoje parei de procurar, mas guardo os meus até hoje.
    É uma boa ideia voltar a colecionar algo, vou pensar em alguma coisa.

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  4. Obrigada pela contribuição, Giovane; minha filha também fazia uma coleção de cartões de telefone.

    Aproveite para ler um trecho do artigo do Marcelo Coelho, já incluído no link acima indicado.

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  5. Não chega a ser uma coleção, mas gosto de guardar objetos que tenho como preciosidades: um telefone de manivela, uma calculadora mecânica que surgiu pelos anos 60, um monitor de 9" monocromático, discos antigos.
    É um acervo que preservo a "sete chaves", embora não saiba hoje o que eles poderão signiicar no futuro.

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  6. Pequenas relíquias pessoais...; eu arrumo com regularidade as minhas coisas materiais e percebo que alguns itens sempre estão ali, embora não saiba exatamente a razão dessa conservação. Lembranças de um momento ou de uma pessoa querida, mas com o passar do tempo a "porta vai ficando estreita" e penso que é hora de lhes oferecer uma nova dona, um outro lugar. Os livros, por exemplo, depois de lidos vão para as bibliotecas públicas, enquanto outras lembranças, aos poucos, têm sido entregues para a filha, que os admira e gosta das histórias e "causos" que eles encerram. Obrigada pela visita, querido irmão.

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  7. Tive coleção de selos na infância.Era em sociedade com um de meus irmãos (acho que ainda deve estar com ele, tínhamos até um "olho de boi" todo arrebentado,rs).Também tenho algumas moedas antigas que acabei cometendo o erro(fatal para quem entende de numismática)de dar polimento nelas.Depois de um tempo fiquei sabendo que, assim como os selos têm mais valor quando possuem o carimbo de postagem e envio, ou seja, são utilizados, as moedas têm seu valor aumentado com o desgaste e oxidação causados pelo uso.Um colecionador que conheço literalmente chupa moedas o dia inteiro para deixá-las com aspecto de muito utilizadas, é mole?

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  8. É...colecionadores costumam fazer loucuras...

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  9. gostava do blog Casas,flores e cenas urbanas em Curitiba, porque foi excluido?

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  10. Porque manter vários blogs não é tarefa fácil, Harry; dentro do possível tento incluir expressões visuais ou retratos sobre a rotina de Curitiba, mas acharei um modo de intensificar as menções à vida da capital paranaense. Eu também gostava muito do CASAS,FLORES E CENAS URBANAS EM CURITIBA. Apareça e verá o mesmo projeto em postagens futuras. Obrigada; o seu interesse é um estímulo revigorante.

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