domingo, 18 de abril de 2010

Prazeres e obrigações; dá para conciliá-los?

Não sou uma cozinheira diplomada, mas sempre que sinto vontade vou à cozinha preparar algo. Ontem à noite foi assim, porque aquele texto do Pellegrini (na postagem anterior) sobre fogão de lenha, comida caseira e afetos queridos despertou  em mim uma fome danada, uma saudade do tempo de sentar em volta de uma mesa grande e, lá do meu lugar, avistar todos os meus irmãos e meus pais. Sabe o que fiz? Um ensopado de galinha caipira com batatas salteadas. Ficou tão gostoso e a fome era tanta que nem deu tempo de fazer uma foto. Foi um prazer levar cada garfada à boca.

O parágrafo acima, meu caro leitor, aparece, entretanto, apenas para puxar a conversa temática de hoje: prazeres e obrigações. Está disposto? Na minha região há uma expressão certamente desconhecida pelo Sul e Sudeste: ficar de bubuia. A imagem em destaque, fisgada da internet, exemplifica a situação mais equilibrada para estar nos dias de hoje. Ficar de molho, espiando,  atentamente apurando todos os sentidos para ver e se defender dos perigos, sem perder, entretanto, as alegrias pelas  diversas bençãos da vida.





Um rol comum de obrigações - Desde que nos apercebemos como gente uma série de obrigações surgem na nossa rotina. Agora, por exemplo, não tenho mais aquele propósito de ir à escola, tal como o fazia à época da faculdade, mas minha filha adolescente, em plena idade escolar, precisa investir nos estudos. Na condição de mãe atenta não posso negligenciar a retaguarda de cuidados, caso contrário ela dormirá até mais tarde,  deixará de fazer uma revisão necessária diante das provas e trabalhos da semana para ficar twittando seguidamente no computador. Não posso negligenciar as minhas obrigações domésticas e verificar todos os dias se o lixo foi colocado lá fora para a coleta pública ou se dispomos do essencial para nos alimentar. São inúmeras as obrigações assumidas. As adjetivações incluem uma série ilimitada: as familiares, as profissionais, as cívicas, as da amizade, da gentileza, entre outras - e você poderá aumentá-las, não é mesmo?


Uma lista de prazeres - Neste rol a perspectiva difere; uns gostam de ouvir música, ler, encontrar amigos, bebericar e petiscar, estreitar afetos, viajar, cozinhar, escrever,  desenhar, experimentar emoções, elaborar poemas, visitar parentes, fotografar, caminhar, pedalar, entre outros prazeres - e aqui você também poderá ampliar a lista, não é mesmo? Interaja. Compartilhe conosco os pequenos e saudáveis prazeres que oxigenam a vida, a rotina. Vou gostar de apreciar os motivos da sua alegria.


A minha constatação - Ainda não descobri o gosto bom de sair de casa para votar, mas já descobri os bons resultados da dedicação aos estudos, da persistência em tentar acertar no preparo de um determinado prato, da alegria incontida ao avistar uma pequena vitória pessoal depois de ficar pacientemente esperando pelo resultado dos esforços individuais ou coletivos, mas sinto hoje uma grande vontade de compartilhar com os nove leitores/seguidores( o nº está crescendo a cada dia, você já viu?) alguns desejos que, se realizados conjuntamente, trariam a todos muitas alegrias, ou seja, muitos prazeres. 

Que tal?


> Acompanhar mais de perto e coibir com comentários incisivos a panfletagem escancarada dos veículos de comunicação em direção a este ou aquele candidato à Presidência da República? Deixar a ironia e contrastar vantagens e desvantagens de apostar em D, S, M ou seja lá em quem se dispõe a segurar a administração desse país historicamente cheio de contrastes, intenções e (des )comprometimentos.

> Participar mais da vida pública do seu município, estado, região e país? Eu sei que nos custa muita paciência, estômago e firmeza articular um posicionamento crítico diante desse universo enlameado, no entanto, é impossível deixar que essa fauna de vilões profissionais tome conta das contas públicas e do destino do seu município, estado, região  e país.

O passo de cada vez - Eu não tenho prazer nenhum em votar em qualquer  candidato, mas não posso ficar alheia ao que acontece na vida pública. Crianças e jovens precisam de boa escola, professores merecem a remuneração condigna, todos necessitamos de oportunidades de emprego, de ganho diário para cumprir as obrigações assumidas com a família e desfrutar do merecido lazer e descanso. Os que disputam os cargos eleitorais descobriram o gostinho bom e barato de não trabalhar e ganhar muito, sob as asas dos cofres públicos. Eu não permitirei, prezado leitor, qualquer oportunismo político; elegerei alguém, mas não reelegerei ninguém.



Quer treinar a escrita? Acompanhe, avalie e  comente:



> Falta mais participação; vamos lá na Assembleia Legislativa do Paraná? Eu não gosto de partidos, muito menos de corporativismo cego, mas de ideias brilhantes, oportunas e centradas em objetivos éticos. Concordo com você, Galindo.


>Concordo plenamente -  e você? " Chega de insultar a inteligência e a paciência do eleitor. Queremos saber o que cada um fez de bom pelo bem estar público." é parte do texto da Franssinete Florenzano. O contexto do desabafo da jornalista é voltado à política no Pará, mas se encaixa aos mais diversos redutos eleitorais; confira em  É hora de podar.


Peço-lhe desculpas pela abundância de menções à política, mas esta página não é uma brincadeira, nem apenas um espaço para diletantismos estéreis, mas faz parte do rol de compromissos que assumi ao longo da vida. Fique com a minha gratidão pela leitura e compartilhamento que dela faz.


Um excelente domingo a todos; até a próxima - ou siga-me no Twitter.

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