sábado, 29 de maio de 2010

Que tal: vuvuzela, carro dos sonhos e pamonha de Piracicaba?

Eu sou uma pessoa silenciosa, mas não sou ranzinza. Gosto muito de ouvir música e acompanhar pacientemente o realce dos instrumentos, porém coloco sempre fone de ouvido para não perturbar o sossego alheio. Muita gente, entretanto, ignora os meus cuidados e faz a maior zoada, quando tira o carro da garagem, buzina na porta de casa e permite que o seu cachorro fique latindo bem no começo da manhã de domingo ou nos dias de feriado, quando sonhamos levar o sono um pouco mais adiante.


Vem aí a vuvuzela  - Com a chegada dos jogos da Copa será impossível ignorar a onda da vuvuzela; este artefato sul-africano, uma espécie de corneta de plástico, de mais ou menos 50 centímetros, criado pelo sul-africano em destaque. Freddie Maake -  que também atende pelo nome de Sadam - emprestou ao mundo a sua ideia.

Agora, através das cornetas que trarão as mais diversas cores, o torcedor da Copa deixará o sossego conturbado de hoje como o paraíso sonhado. Esperemos, pois, os primeiros times de futebol entrarem em campo para ver e ouvir  o instrumento satânico, segundo um comentário que ouvi de um senhor, ontem na fila do supermercado, quando ele avistou a cesta de cornetas, ali na nossa frente.

Viva o bom-humor - Ontem, apesar das restrições ao barulho provocado irresponsavelmente, eu ri bastante, quando li um dos tweets do Benett ; ele desabafava assim: " Que essa praga da vuvuzela não se alastre por aqui! Mas como sei que brasileiro gosta de fazer barulho, não tenho lá muuuuita esperança... " -  eu também , cartunista, não tenho esperança de silêncio durante a época dos jogos. Você tem, prezado leitor? Não creio. Futebol e Carnaval, aqui no Brasil parecem ser imunes a tudo.


Ria mais -  Estava com ótima disposição e à noite consultei vários links na internet sobre o uso da vuvuzela. Você sabia de que há, inclusive, um Código de Ética? Confira o trio de conduta dos sopradores da corneta:

1- Não soprar a vuvuzela na orelha de um torcedor que esteja  ao seu lado. Será que um torcedor entusiasmado ou ainda ensandecido com os fiascos dentro do gramado será contido? Temo que o loucos usem a corneta como arma.

2- Não usar a corneta durante a execução dos hinos nacionais. É o que solicita o Comitê Organizador do Mundial, segundo o Esporte Brasil Notícias.

3- Evitar as vuvuzelas durante o minuto de silêncio antes da partida, em menção à morte de alguém. Talvez este seja o único item obedecido, mas dentro dos estádios o clima não é infelizmente de paz e alegria.

Mistureba boa: vuvuzela+carro dos sonhos+pamonha de Piracicaba - Evitar os incômodos com o barulho da vizinhança depende de boas condições; o revestimento acústico ou um chega pra lá pouco amistoso resolvem a parada, mas nem sempre o cidadão dispõe dessas condições. Entra a lei, a defesa do sossego alheio, mas durante os jogos da Copa entrará a lei dos sem-lei alguma, apenas a vontade de literalmente zoar - e, aqui entre nós, a fala que vem do Carro dos Sonhos, segundo a Barbara Horn (no Menina Prendada) ou das Pamonhas de Piracicaba (vídeo do YouTube bem interessante) será música suave nos nossos ouvidos.

Ótimo sábado, leitor! A ilustração ao lado é do Benett(Salmonelas,GP), cartunista que mora em Curitiba e igual a tantos aqui residentes ouve a chamada do Carro dos Sonhos.

Até a próxima!

8 comentários:

  1. Em alguns casos, Profa, penso que há como adequar leis (Carros com som muito alto)e instituir multas, como ocorre no litoral (na temporada).
    Na faculdade, sofremos com o barulho desses carros, que quando passam interrompem momentaneamente as aulas(nesse caso, parece que o fator "momentaneamente" impede que se tomem providências legais) e a solução encontrada foi: captação de recursos para isolamento acústico e climatização das salas.O carro da pamonha usa o barulho para anunciar o seu produto e, pelo menos tem dois benefícios:melhorar(?) as vendas do produtor e mostrar ao cliente que o quitute está sendo vendido ali e naquele momento.Difícil é aguentar os "carros de pamonha" sem pamonha.
    Outro detalhe: Se "Barbara Horn" não é um pseudônimo habilmente escolhido para lidar com o tema...é uma coincidência engraçada!

    ResponderExcluir
  2. Ahahah..., Junior, você tem razão nas suas ponderações(multa específica) e informações( contextualizada)no ambiente universitário. Eu interrompi muitas vezes a minha aula, quando o Carro dos Sonhos passava aqui no bairro Mercês. Quando morei em Campinas(SP)o carro com "as deliciosas pamonhas de Piracicaba" também interrompia diariamente a minha concentração nos estudos; quando ele resolvia parar em frente de casa a coisa ficava ainda mais difícil.

    ResponderExcluir
  3. Vuvuzela

    Eu sou uma vuvuzela,
    Uma corneta bela!
    Sou filha do trompete,
    Da canção da vedete,

    Junto com a buzina,
    Que a todos fascina!
    Eu sou uma vuvuzela...
    Desfilando na passarela!

    Nasci na África em uma inovada torcida...
    Agora pelo mundo inteiro eu sou querida!
    Bem que eu poderia me chamar vOvOzela...
    Pois tenho a voz de uma idosa braba e tagarela!

    Mas, por favor, evite ódio, terror e rancor...
    Não me sopre no ouvido de um torcedor!
    Nunca me toque na hora do Hino Nacional...
    Respeito é bom e a ninguém faz mal!

    Eu sou uma vuvuzela, uma corneta bela...
    Apaixonei-me pelo carro do sonho...
    Assim tive uma paixão nobre e singela,
    Que tirou-me de um pesadelo tristonho!

    Sou uma vuvuzela com sentimento profundo...
    Sempre farei sucesso em toda a copa do mundo.
    Luciana do Rocio Mallon

    ResponderExcluir
  4. É uma honra abrigar na página os seus versos acima,Luciana. Muito obrigada.

    ResponderExcluir
  5. Oi Prof. Doralice... passei pra agradecer a citação do meu blog no seu... e adorei o que li por aqui... pode ter certeza que vou voltar sempre. Ah, achei muito engraçado o que o Júnior escreveu também sobre o meu nome, pode ter certeza que é mera coincidência.... sobrenome de família... adoro "um silêncio"! Um abraço,

    ResponderExcluir
  6. Fiquei literalmente apaixonada pelo seu blog, Barbara; gostei de tudo e, principalmente, do tom que você deixa marcado nos afazeres ali registrados. Parece que o talento com as artes em geral é hereditário. Visitei todas das páginas que você referendou e tenha uma certeza absoluta: ficarei leitora do seu "Menina Prendada"; além disso, ele fará parte da lista de páginas em destaque na próxima semana, aqui no Na Mira do Leitor. Receba o abraço cúmplice de mãe, fã das músicas do Chico Buarque e de quem sabe aproveitar as coisas boas da vida familiar, hoje, infelizmente, nem sempre realçadas devidamente.

    ResponderExcluir
  7. Doralice

    Os latinos de um modo geral parecem gostar muito de som alto, de qualquer tipo, desde que sempre muito alto. Eu fujo um pouco do "tipo" brasileiro, não gosto de samba, carnaval, não me interesso por futebol e não gosto de som alto. Tenho um vizinho que coloca o carro na calçada, liga o som bem alto e fica ouvindo música, ou melhor, ele e todo mundo ao redor dele. Não consigo entender essa necessidade de por música tão alta para todo mundo ouvir!!!

    ResponderExcluir
  8. Então, Castilho, guardamos boas identificações; eu devo ser(de acordo com a famosa canção) "ruim da cabeça" ou doente do pé", porque não gosto de alaridos, nem daquele samba rasgado e com abundância de "isquidundundum..." e nem de ver a bola correndo pelo gramado, mas sou exceção.

    Fiquei feliz com a sua visita.

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails