Tenho ótimas recordações da época do ginásio, lá no Colégio Estadual Augusto Meira, localizado entre a Av. Gentil Bittencourt e Av.Magalhães Barata, naquela altura conhecida como Independência; meu leitor paraense conhece bem a região - e até dirá que a saudosa escola fica "ali no começo da baixa da Gentil", não e mesmo? Qualquer hora dessas trarei uma foto desse espaço escolar, hoje com algumas reformas e aparência levemente alterada.
A lembrança mais interessante dessa época estão cravadas nas aulas de "Canto Orfeônico", regidas pela batuta e pelo diapasão do Professor Adelermo Matos, saudoso maestro, já falecido. Treinar a voz, a postura e emitir cadenciadamente os hinos do Pará, da Independência e o Nacional, sim; todos éramos treinados com as aulas durante a semana, mas também conhecer o vasto repertório musical regional. Para mim eram aulas extremamente agradáveis. Não me tiraram o pedaço, nem obliteraram o meu olhar para as necessidades do Pará, nem da pátria querida, nem desviaram o esforço dos demais professores com as variadas disciplinas e seus conteúdos, mas lamentavelmente a disciplina foi subtraída do currículo escolar. Por quê? Não sei. Burocratas talvez tenham sentado na secretaria de educação do estado...
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O Teatro da Paz, a praça, as mangueiras, o coreto que abriga o Bar do Parque, o trânsito, as moradias verticais e a vida nos bairros, nas cidades interioranas, tudo isso mostra um pouco do Pará - retrato da vida cantada em prosa e verso -Belém, Av. Presidente Vargas, agosto 2010 |
Hoje, quando recordo desse tempo, os versos do Hino do Pará e as diversas composições regionais, assinadas pelo maestro Verequete agradeço ao maestro e professor de canto o esforço empreendido para que eu e meus contemporâneos colegas educássemos a nossa voz - e guardássemos no peito a herança musical nacional e regional.
Hino do Pará
" Salve, ó terra de ricas florestas
fecundadas ao sol do Equador!
Teu destino é viver entre festas
do progresso, da paz e do Amor!
Salve, ò terra de ricas florestas,
fecundadas ao sol do Equador!
Estribilho
Ó Pará, quanto orgulha ser filho
de um colosso tão belo e tão forte
Juncaremos de flores teu trilho
Do Brasil, sentinela do Norte
Salve terra dos rios gigantes
D'Amazônia princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes
Desde a indústria à riqueza pagã
Salve terra dos rios gigantes
D'Amazônia princesa louçã!"
(Letra de
Artur Porto e música de
Nicolino Milano; adaptação e arranjo de
Gama Malcher)
Eu tinha até um caderno com as letras do cancioneiro popular, mas não sei qual o fim desse material. Adoraria recuperá-lo, mas diante da impossibilidade vou ao YouTube buscar apoio audiovisual. Quer ir comigo, caríssimo? Comecemos com Tamba-tajá, do maestro Valdemar Henrique. A dupla Mayra Lopes e Victor Alonso exibem talento e provocam minhas recordaççoes de estudante integrada ao canto regional. Ouçamos mais um pouco para recordar ou quem sabe conhecer o motivo do tema da postagem de hoje. Oportunamente trarei o popular Pinduca para que você aprecie o gingado e a prosa desse cancioneiro regional.
Contribua comigo - Você ainda recorda do hino que saúda o seu estado de origem? Adoraria contar com informações variadas; ao menos uma estrofe, caro leitor. Dia desses perguntei a um grupo de alunos, lá no meu curso de redação, e ninguém lembrava nem da letra e nem da melodia do hino do Paraná. É provável que lá no Pará as crianças e jovens também não saibam. Ninguém parece atribuir importância ao canto nas escolas. Perdem uma preciosa oportunidade.
Até a próxima!